Base estratégica


Parlamentares cobram mais recursos do Orçamento para Centro de Lançamento de Alcântara

Durante audiência na Comissão de Relações Exteriores para discutir a situação do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), deputados do PSDB cobraram mais recursos para a base, localizada no Maranhão. O ministro da Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, participou da reunião e defendeu o uso estratégico do CLA como alicerce para que o Brasil aprimore os sistemas de telecomunicações, de monitoramento terrestre e de meteorologia, assim como o de alerta contra desastres naturais.

De acordo com Eduardo Azeredo (MG), a base reforça a independência do Brasil em termos de defesa nacional. “Não temos até hoje um satélite exclusivamente brasileiro. Tudo o que temos faz parte de parcerias com outros países”, disse. O tucano, que propôs a realização do encontro, chamou a atenção dos deputados para a necessidade de incluir uma previsão maior de dinheiro no Orçamento da União para o projeto. “Existem atualmente R$ 82 bilhões previstos para o próximo ano, mas essas verbas não são suficientes”, afirmou.

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O presidente da Comissão de Ciência e Tecnologia, Bruno Araújo (PE), citou uma vantagem estratégica de Alcântara. “Os  lançamentos daquela região geográfica permitem uma economia de combustível de cerca de 33%”, comentou. “São milhões de dólares economizados a cada lançamento, o que torna, do ponto de vista comercial, Alcântara extremamente atrativa”, completou.

Segundo o parlamentar, o projeto precisa receber um repasse muito maior que o previsto – de R$ 82 milhões – para cumprir a meta em 2012. “A Comissão de Ciência e Tecnologia contribuiu com emenda para tentar reforçar essas verbas”, destacou.

O deputado Antonio Imbassahy (BA), por sua vez, defende que a questão é importante para o país e ultrapassa interesses partidários. “É interesse do Estado brasileiro. Estamos atentos, buscando colaboração para que o Brasil possa fazer o desenvolvimento da tecnologia aeroespacial, não apenas na fabricação de foguetes, mas também na produção de satélites. É lamentável que no governo do PT pouco se evoluiu nesse sentido”, avaliou. A audiência foi presidida por Carlos Alberto Leréia (GO), que destacou a segurança relacionada a lançamentos de foguetes de órbita. “O governo prevê o lançamento do Cyclone 04 em novembro de 2013, e para isso, precisamos observar minuciosamente todos os itens do projeto, e estar atento principalmente aos fatores ligados à área da segurança pública.”

Projetos aeroespaciais

→ O CLA é subordinado ao Comando-Geral de Tecnologia Aeroespacial do Comando da Aeronáutica e atua nas missões de lançamento e de rastreio de engenhos aeroespaciais, coleta o processamento de dados de suas cargas úteis, incluindo testes e experimentos científicos de interesse da Aeronáutica relacionados com a política nacional de desenvolvimento aeroespacial.

→ Segundo o ministro, por estar localizada a apenas dois graus da linha do Equador, a base de Alcântara representa eficiência técnica não só em termos de lançamento de foguetes de órbita equatorial, mas também de segurança.

→ Segundo Mercadante, existem dois grandes projetos atualmente dentro do Programa Espacial Brasileiro. “Temos hoje o VLS1 (Veículo Lançador de Satélites – movido a combustível sólido) e o Cyclone 4, que é um foguete de grande alcance desenvolvido em parceria com a Ucrânia”, disse.

“É importante que as comissões de Relações Exteriores e de Ciência e Tecnologia estejam integradas nessas ações. Se o Executivo se esforçar para viabilizar recursos, teremos a concepção que nos próximos anos estaremos em outro patamar científico e tecnológico. Esse é um projeto de política de estado brasileiro, que deve unir o Congresso como um todo.”
Deputado Bruno Araújo (PE)

(Reportagem: Letícia Bogéa com informações da Ag. Câmara/ Foto: Gustavo Lima/Ag. Câmara /Áudio: Elyvio Blower)

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7 dezembro, 2011 Últimas notícias Sem commentários »

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