Quebra ideológica
Base aliada contradiz bandeira histórica do PT e aprova maior participação do Brasil no FMI
O plenário da Câmara aprovou simbolicamente nesta terça-feira (6) o Projeto de Decreto Legislativo (533/11) que aumenta a participação do Brasil no Fundo Monetário Internacional (FMI). Com a mudança, o país será elevado da 14ª à 10ª posição no ranking dos quotistas.
No passado, o discurso petista era contra o fundo, inclusive com os clássicos dizeres “Fora FMI” em cartazes. “Quanta incoerência, quanta adulteração da história e da linha ideológica! Fustigou, aterrorizou, criticou tanto, e agora está de braços abertos, com o cofre aberto para o FMI”, criticou o líder tucano na Casa, Duarte Nogueira (SP). Na opinião do parlamentar, o PT rasgou sua história e pisou na própria ideologia ao votar sim.
Segundo ele, o ex-presidente Lula deu prejuízo à população ao quitar a dívida brasileira com a instituição. “O Brasil pagava taxas muito menores para poder ir amortizando seus compromissos. E Lula, por capricho, para fazer demagogia barata, pagou antecipadamente”, disse.
O líder da Minoria na Câmara, Paulo Abi-Ackel (MG), também questionou a quebra do discurso petista. “Se hoje podemos votar sim e comemorar que o FMI já não está aqui estabelecendo condições para a nossa economia, isso se deve, sem qualquer dúvida, ao governo Fernando Henrique Cardoso”, afirmou. Para ele, o ex-presidente tucano fez um plano a longo prazo para que o país pudesse chegar tão longe.
“O PT cospe no prato que comeu, seguiu o receituário do FMI, colheu os benefícios da política econômica, seguiu o que vinha sendo feito. O Brasil está bem porque teve um planejamento no passado. Esse projeto faz com que o PT tenha que mudar seu posicionamento”, comentou Eduardo Azeredo (MG). A matéria será enviada para análise do Senado.
(Foto: Ag. Câmara)
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