Ministério enrolado


Proteção não impedirá governo de dar explicações sobre suposta cobrança de propina

A estratégia da base aliada ao Planalto de proteger ministros de dar satisfações à sociedade sobre a denúncia de cobrança de propina no Ministério do Trabalho não terá o resultado esperado. Isso porque o líder do PSDB na Câmara, Duarte Nogueira (SP), apresentou nesta quarta-feira (30) três requerimentos de informação endereçados a autoridades cobrando esclarecimentos: ao secretário-geral da Presidência, Gilberto Carvalho; ao ministro do Trabalho, Carlos Lupi; e ao advogado-geral da União, Luís Adams. Após o encaminhamento por parte da Mesa da Câmara, os três têm 30 dias para responder as perguntas, sob pena de incorrerem em crime de responsabilidade.

De acordo com denúncia publicada na “Veja” desta semana, assessores de Lupi são acusados de cobrar propina de R$ 1 milhão para legalizar o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Reparação de Veículos e Acessórios do Estado de São Paulo (Sirvesp). Diante da tentativa de achaque, o sindicalista Irmar Batista teria encaminhado alerta ao governo em fevereiro via e-mail (veja fác-simile ao lado). No entanto, nenhuma providência parece ter sido tomada para investigar o suposto esquema.

Para esclarecer os fatos, o PSDB faz uma série de questionamentos. Diante da informação de que o sindicalista teve a confirmação de recebimento da mensagem pelo Planalto, na qual descreve procedimentos e nomes dos envolvidos, o tucano pede a Gilberto Carvalho cópia do inteiro teor dos documentos recebidos e encaminhamentos internos da Secretaria. Além disso, questiona a data de recebimento e o nome e matrícula do funcionário que viu o material.

Segundo a reportagem da “Veja”, na semana passada a assessoria de imprensa da Presidência informou que, por questões técnicas, não foi possível fazer nada, já que o trecho que narrava a denúncia teria sido cortado na mensagem recebida. “Quais as providências adotadas após o recebimento da correspondência? Foi solicitado o reenvio da mesma em função do alegado corte na mensagem?”, pergunta Nogueira. “Outras denúncias de igual ou semelhante teor foram enviadas à Secretaria Geral? Em caso afirmativo solicito cópia de inteiro teor das mesmas”, completa o documento assinado por Nogueira. Como a denúncia também teria sido enviada à Advocacia-Geral da União, o líder faz perguntas semelhantes a Adams. Já ao fragilizado ministro Carlos Lupi, o tucano pede cópia do inteiro teor do processo de registro sindical do Sirvesp.

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30 novembro, 2011 Últimas notícias Sem commentários »

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