Investigação fundamental


PSDB adota série de ações para explicar denúncia de cobrança de propina no Trabalho

O PSDB na Câmara adotou nesta terça-feira (29) uma série de medidas visando elucidar as novas denúncias de cobrança de propina para a liberação de registros sindicais que pesam contra o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, e integrantes e ex-membros de sua equipe. Além do aditamento à representação encaminhada no último dia 8 à Procuradoria-Geral da República (PGR), o partido encaminhou dois requerimentos à Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Casa: o primeiro pede a convocação do secretário-geral da Presidência, Gilberto Carvalho, enquanto o segundo requer a realização de audiência pública com pessoas supostamente ligadas ao caso.

No fim de semana, a revista “Veja” publicou reportagem acusando assessores diretos de Lupi de cobrar R$ 1 milhão para legalizar o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Reparação de Veículos e Acessórios no Estado de São Paulo. Segundo Irmar Silva Batista, presidente desta organização e autor da denúncia, o Palácio do Planalto foi alertado em fevereiro sobre a tentativa de cobrança de propina, mas não teria adotado nenhuma providência.

Comissão vota requerimentos de convocação de ministros apresentados por tucanos

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Por meio de e-mail encaminhado em fevereiro a Dilma Rousseff e Gilberto Carvalho (fác-simile abaixo), Irmar relata a tentativa de cobrança de propina e pede à presidente que abra uma investigação sobre a Secretaria de Relações do Trabalho, que tocaria processos de registro sindical “tendenciosos e lucrativos”. É em razão dessa suposta omissão que o PSDB exige explicações de Gilberto Carvalho na Câmara.

Para a audiência na CFFC, o partido quer ouvir Irmar e outros quatro funcionários ou ex-funcionários do ministério, todos citados na matéria: Eudes da Silva Carneiro, assessor da Secretaria de Relações do Trabalho; Zilmara Costa, secretária de Relações do Trabalho; Marcelo Panella, ex-chefe de gabinete do ministro; além de Luiz Antonio de Medeiros; ex-secretário de Relações do Trabalho. Os dois requerimentos são assinados pelo líder da bancada na Câmara, deputado Duarte Nogueira (SP), e pelo vice-líder Vanderlei Macris (SP).

Na avaliação dos tucanos, os fatos apontados por “Veja” são graves e revelam a existência de possível esquema de corrupção operando no interior da pasta. “É fundamental que se possa esclarecer a denúncia e, em especial, ouvir os agentes públicos expressamente mencionados pelo denunciante e pela reportagem”, diz trecho de um dos requerimentos.

Ministérios viraram feudos dos partidos aliados
Na avaliação de Nogueira, os sucessivos escândalos na Esplanada são fruto da forma como o governo do PT organizou a distribuição de poder nos ministérios, nos quais os partidos aliados têm total comando das pastas. “São entregues nacos da administração sem cobrar a qualidade técnica de quem vem pra lá trabalhar e tampouco metas, resultados, planejamento e objetividade. Cada um transformou seu ministério em meio para obter benefícios políticos, eleitorais e partidários”, reprovou o deputado do PSDB. Seis ministros já caíram desde junho, sendo cinco por denúncias de irregularidades. Como lembrou Nogueira, nenhum deles foi demitido, mas todos tiveram que pedir para sair em função da situação insustentável que se encontraram perante “gravíssimas irregularidades”.

R$ 1 milhão
É quanto assessores diretos do ministro Carlos Lupi teriam cobrado de propina para proceder à legalização do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Reparação de Veículos e Acessórios no Estado de São Paulo. A denúncia foi publicada na “Veja” desta semana.

(Reportagem: Marcos Côrtes e Alessandra Galvão/ Foto: Ag. Brasil e reprodução – revista Veja/Áudio: Elyvio Blower)

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29 novembro, 2011 Últimas notícias Sem commentários »

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