Irregularidades viraram rotina


Nilson Leitão pede convocação de Negromonte para esclarecer denúncias

O deputado Nilson Leitão (MT) cobrou explicações do ministro das Cidades, Mário Negromonte, sobre recentes denúncias que pesam contra a sua gestão. O tucano apresentou nesta segunda-feira (28) requerimento de convocação à Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara para Negromonte esclarecer a adulteração em parecer técnico que permitiu a troca da implantação de linha rápida de ônibus (BRT) pela construção de um Veículo Leve Sobre Trilhos (VLT) em Cuiabá. Com a mudança, o investimento passou de R$ 489 milhões para R$ 1,2 bilhão. Ele é o primeiro vice-presidente do colegiado.

Segundo “O Estado de S. Paulo”, o analista técnico do órgão, Higor Guerra, confirmou ter sofrido pressão para forjar os papéis, cumprindo assim acordo político da administração federal com o governador Sinval Barbosa (PMDB-MT), a favor do VLT.

“A elucidação de forma oficial tem que ser dada no Congresso. É uma oportunidade que o ministro terá de explicar à população aquilo que tem sido dúvida em todo Brasil, principalmente no Mato Grosso, onde a Copa tem sido alvo de vários escândalos”, defendeu Leitão. Para o deputado, as acusações são graves e precisam ser apuradas.

Pelo jeito, “reforma ministerial” de Dilma só servirá para manter tudo como está

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O tucano destaca que os desvios e irregularidades em obras tornaram-se rotina. Segundo ele, os problemas, além de colocar em risco a realização da Copa no estado, geram prejuízos à população que necessita das obras suspeitas.

Em entrevista ao “Estadão”, Higor Guerra afirmou que os servidores locais “reconheceram que não tinham conhecimento técnico sobre o projeto de VLT e a decisão da implantação havia sido política”. Na opinião do parlamentar, o ministério agiu de maneira leviana.

A diretora de mobilidade urbana da pasta, Luiza Gomide Vianna, teria participado da fraude com o apoio do chefe de gabinete de Negromonte. Apesar do suposto envolvimento dos funcionários, o gestor afirmou que não vai afastar ninguém até a sindicância interna comprovar as irregularidades. Ele não tem a intenção de deixar o cargo.

A revista “Época” traz outra acusação. Segundo a publicação, o titular do órgão usou o posto para obter patrocínio do governo da Bahia para a Festa do Bode, evento agropecuário que teria promovido os interesses de sua família. Ele desmentiu a denúncia e disse tratar-se de discriminação pelo fato de ser nordestino. A acusação reforça a necessidade de ouvi-lo, acrescenta o tucano.

(Reportagem: Djan Moreno / Foto: Gustavo Lima /Áudio: Elyvio Blower)

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28 novembro, 2011 Últimas notícias Sem commentários »

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