Fora de controle

Aumento de R$ 2 bi em obras da Copa sairá do bolso do brasileiro, criticam deputados

O descontrole do governo com as contas da Copa de 2014 será descontado do bolso do cidadão, avaliam os deputados William Dib (SP) e Valdivino de Oliveira (GO). De acordo com “O Estado de S. Paulo”, o aumento total dos custos das obras para o mundial já supera R$ 2 bilhões. Só em mobilidade urbana, os gastos serão R$ 760 milhões maiores que a estimativa inicial, de janeiro de 2010. A falta de planejamento é uma porta escancarada para a corrupção, na opinião dos tucanos.

Para Dib, o governo cometeu um erro ao aprovar o Regime Diferenciado de Contratações (RDC). “A partir do momento em que se faz um projeto em que a licitação está liberada, cada dia alguém  pode aparecer e fazer um puxadinho a mais. Cada um pode fazer uma avenida ou uma largura a mais e sem nenhum tipo de controle. Com certeza as construções extrapolarão qualquer cálculo que possam ter feito”, disse.

Valdivino ressalta que a conta vai aumentar por falta de gestão e competência administrativa. “O Executivo deveria ter organizado melhor e executado os empreendimentos no período programado. Enquanto vai se alongando o prazo, se acumula custo de administração. O Brasil não tem uma estrutura de planejamento que seja capaz de dar segurança a qualquer nível de investimento, principalmente os mais maciços, como a Copa”, observou.

Um dos exemplos de aumento nas contas é o do Veículo Leve Sobre Trilhos (VLT) de Cuiabá, que ficará R$ 700 milhões mais caro que o projeto original. Em Manaus, as obras do monotrilho e de uma linha rápida de ônibus aumentaram 20%. Em Porto Alegre, o prolongamento da Avenida Severo Dullius ficou 70% mais caro. Por outro lado, o preço da obra do monotrilho em São Paulo despencou de R$ 2,8 bilhões para R$ 1,8 bilhão.

(Reportagem: Artur Filho/ Foto: Paula Sholl/ Áudio: Elyvio Blower)