Operação nebulosa


Parlamentares querem esclarecer se Banco Central sabia de rombo na venda do Panamericano

O líder do PSDB na Câmara, Duarte Nogueira (SP), e o deputado Antonio Imbassahy (BA) apresentaram nesta quarta-feira (23) na Comissão de Fiscalização Financeira e Controle requerimento de convite ao presidente do Banco Central (Bacen), Alexandre Tombini, para esclarecer as negociações de compra de ações do Panamericano pela Caixa Econômica Federal (CEF). O líder tucano e o deputado Vanderlei Macris (SP) também assinam convite ao presidente da Caixa. Os parlamentares querem explicações sobre a acusação de que o Bacen conhecia o rombo nas contas do banco privado antes de dar o aval à CEF para comprar parte de suas ações em 2010 por R$ 739 milhões.

De acordo com o jornal “O Estado de S. Paulo”, o vice-presidente de Finanças da Caixa, Márcio Percival, confirmou em depoimento à Polícia Federal que os técnicos do Bacen já tinham identificado irregularidades no então banco de Sílvio Santos em maio do ano passado. Mesmo assim, a negociação foi autorizada em julho, quando se deu o pagamento da última parcela do acordo, no valor de R$ 232 milhões.

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Documentos internos anexados aos processos que apuram a fraude de R$ 4,3 bilhões no Panamericano podem comprovar a suspeita. Percival também deverá ser convidado a dar explicações aos parlamentares.

Os tucanos destacam que o fato é grave e precisa ser apurado. Hoje, durante audiência na CFFC, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou não conhecer a acusação e acreditar que o Bacen também não sabia das irregularidades quando permitiu a venda. Caso contrário, o gestor afirmou que seria uma grave falha.

“Essa nebulosa e sombria operação supostamente trouxe milionário prejuízo para o país, pois foi bancada a partir de recursos do Tesouro. Por isso é importante ouvirmos todas as partes envolvidas”, destacou Nogueira.

O líder lembrou que a venda das demais ações do Panamericano pela Silvio Santos Participações para o BTG Pactual, em maio deste ano, também é coberta de dúvidas. “O BTG não assumiu a dívida de R$ 2,5 bilhões que o banco tinha com o Fundo Garantidor de Crédito e o empresário também disse que não tinha mais nenhuma pendência com o fundo”, destacou.

(Reportagem: Djan Moreno/ Fotos: Ag. Câmara/ Áudio: Elyvio Blower)

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23 novembro, 2011 Últimas notícias Sem commentários »

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