Modernização da defesa


Sucateamento do setor militar é reflexo de pífio investimento, lamentam tucanos

Diante do sucateamento das Forças Armadas, o presidente da Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional, Carlos Alberto Leréia (GO), e o deputado Eduardo Azeredo (MG) reforçaram a necessidade do governo investir no setor. Os tucanos defenderam ainda a valorização do quadro de funcionários, com capacitação e melhor remuneração. Documento elaborado pelos próprios militares comprova que os equipamentos das instituições estão obsoletos.

O relatório foi repassado ao Planalto nos últimos dias. A Marinha, que em março mantinha em operação apenas dois de seus 23 jatos A-4, não tem condições de fazer decolar uma aeronave do porta-aviões São Paulo. A situação da flotilha também não é confortável. Dos 100 navios de guerra, apenas 53 estão navegando. Dos cinco submarinos, apenas dois ainda funcionam, conforme mostrou reportagem do jornal “O Estado de S. Paulo”.

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Segundo Leréia, o sucateamento aconteceu no governo petista. “As Forças Armadas têm um papel importante tanto na defesa nacional quanto na sustentação do processo democrático. É triste ver que o governo Dilma ainda não tenha atentado para a necessidade de modernização”, ressaltou.

O ministro da Defesa, Celso Amorim, queixou-se do baixo investimento e pediu o reequipamento. Segundo ele, proporcionalmente ao Produto Interno Bruto (PIB), o Brasil é um dos países que menos investem em defesa entre os integrantes dos Brics, grupo que inclui ainda Rússia, Índia, China e África do Sul. O orçamento atual do setor representa 1,39% do PIB, enquanto a Índia aplica 2,8%, e, a China, 2,2%.

O tucano reiterou a necessidade de melhores salários. “É preciso remunerar a tropa, que está sem motivação. Há uma defasagem muito grande. A situação só aumenta o desinteresse daqueles que estão para servir o país. Espero que o Planalto possa corrigir isso e aplicar recursos”, concluiu.

Dos 81 helicópteros da Aeronáutica, somente 22 estão voando, o que corresponde a 27% do total. Em março, eram 27 máquinas em operação. No caso dos aviões de transporte de tropa, dos 174 que a FAB possui, 67 funcionam, ou seja, 38%. Em março, 100 aviões do tipo operavam. Aeronaves de instrução e treinamento caíram de 74 para 49.

Azeredo lamenta a falta de verbas. “Poucos helicópteros estão em condições de voar. E o governo segurando as verbas, quando deveria estar investindo. A defesa nacional deve ser respeitada”, apontou.

Cadeira permanente

→ Para os militares, os dados esvaziam as pretensões brasileiras de obter uma cadeira permanente no Conselho de Segurança das Nações Unidas, além de inibir a participação do país em missões especiais da ONU.

→ Na Força Aérea Brasileira (FAB), a situação não é diferente. Dos 219 caças que a Força dispõe, há apenas 72 em operação, o que corresponde a 32%. Em março, eram 85 caças em funcionamento.

(Reportagem: Letícia Bogéa/ Fotos:  Paula Sholl/Áudio: Elyvio Blower)

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22 novembro, 2011 Últimas notícias Sem commentários »

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