Estelionato político

Minha Casa, Minha Vida engana população com falsas promessas, criticam tucanos

O Minha Casa, Minha Vida destrói, com falsas promessas, o sonho dos brasileiros que procuram adquirir a casa própria. Essa é a avaliação dos deputados Reinaldo Azambuja (MS) e Nilson Leitão (MT). O Tribunal de Contas da União (TCU) encontrou uma série de irregularidades envolvendo o programa habitacional do governo federal. Os problemas vão de cadastros com informações não verdadeiras sobre a renda familiar de beneficiários até fiscalização precária.

A Corte analisou 296 mil contratos firmados com a Caixa Econômica Federal até setembro do ano passado. Do total auditado, a renda apresentada em 55,9 mil acordos (23%) é superior à declarada no Sistema Integrado de Administração da Carteira Imobiliária (Siaci). A partir da constatação, foram identificados 8.098 convênios com indícios de omissão de ganhos. A denúncia foi publicada pelo jornal “Valor Econômico”.

Para Azambuja, as fraudes viraram rotina no governo petista.  “É uma enganação ao povo brasileiro. A falha é do próprio Executivo, que utiliza ações sociais de forma eleitoreira, para beneficiar ONGs, sindicatos e não atacando o cerne da questão. Precisamos realmente atender o público que tem necessidade de moradia”, afirmou.

Nilson Leitão acredita que o PT coloca os interesses do partido acima dos anseios da nação. “Isso é politicamente um estelionato”, critica. “Quando o problema da parcela carente da sociedade não é resolvido, o projeto acaba tendo outro objetivo: a falcatrua, o desvio, a falta de zelo com o dinheiro público”, completou. Segundo o tucano, o erro aconteceu de maneira consciente, por maldade.

O “Valor” lembra ainda que, da primeira fase do Minha Casa, Minha Vida, que previa a construção de 1 milhão de habitações para a população de baixa renda, 400 mil são destinadas a famílias que recebem até R$ 1.395. O programa não cumpre a meta de ter 3% das moradias reservadas para pessoas com mais de 60 anos de idade. Apenas 1,49% dos 296 mil contratos analisados pelo TCU se enquadrava nesse perfil.

(Reportagem: Artur Filho / Foto: Antonio Cruz – Agência Brasil / Áudio: Francisco Maia e Hélio Ricardo)