Bomba de efeito retardado
Desaceleração da economia é reflexo das medidas artificiais do governo para combater a crise
Os deputados Alfredo Kaefer (PR) e Vaz de Lima (SP) acreditam que a desaceleração da economia brasileira é reflexo de uma política baseada em medidas artificiais, com gastos públicos excessivos. Segundo os tucanos, o país perde uma excelente oportunidade para despontar como um dos protagonistas no cenário internacional. “Seria o momento de prudência e bom senso. Reduzir os gastos para podermos diminuir a carga tributária. Aproveitar a recessão para baixar os juros”, disse Kaefer.
O “Correio Braziliense” revela que o Brasil já cresce menos do que Estados Unidos e Europa, regiões que estão no centro da crise mundial. As finanças americanas avançaram 0,6% entre julho e setembro. Na Europa, a alta foi entre 0,2% e 0,3% no mesmo período.
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Analistas apostam em queda no resultado do Produto Interno Bruto (PIB) nacional. Pelas previsões, o tombo pode variar entre 0,1% e 0,3%. O resultado oficial será divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no início de dezembro.
O tucano rechaça o conselho da presidente Dilma. A petista pediu aos brasileiros para gastarem no fim do ano, como forma de impulsionar o crescimento. “Simplesmente vai fazer com que a gente aumente o endividamento das famílias brasileiras. Futuramente, a medida vai acabar descambando também em recessão”, avaliou.
Para Vaz de Lima, mandar a população abrir os cofres não é uma solução adequada. “Não adianta fazer como o governo está propondo. Isso é imediatismo. O que precisa, na verdade, é criar uma forma que a população gaste apenas o necessário. Segundo, precisamos aumentar os investimentos em infraestrutura”, destacou.
O deputado acrescenta que o Planalto precisa controlar suas despesas. “Vamos combater a crise com poupança. O Brasil deve muito. Cada vez que a União incentiva o uso do crédito sem nenhum critério, criamos problema para quem produz. Isso é bomba de efeito retardado.”
O “Correio” revela ainda que Dilma foi avisada pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, e pelo presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, de que o cenário se agravará nos próximos meses.
(Reportagem: Artur Filho / Fotos: Paula Sholl / Áudio: Elyvio Blower)
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