Titular omisso
A pedido de parlamentares do PSDB, Haddad dará explicações sobre falhas no Enem 2011
Diante das falhas no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e das denúncias de contratação de empresas fantasmas, o ministro da Educação, Fernando Haddad, resolveu comparecer à Câmara. Ele atenderá convite dos deputados Duarte Nogueira (SP), líder do PSDB, e Vanderlei Macris (SP) para depor na Comissão de Fiscalização Financeira. O petista confirmou que irá ao colegiado em 22 de novembro para falar sobre o certame.
Os tucanos fizeram o pedido em setembro, antes mesmo das acusações contra o Inep, órgão vinculado à pasta e responsável pelo Enem. Naquele momento, os parlamentares queriam explicações sobre a elevação dos gastos para elaboração do teste. Na avaliação dos deputados, o surgimento de problemas na aplicação da prova e a acusação de que companhias de fachada teriam sido contratadas para cuidar do sistema digital tornam a reunião ainda mais importante.
baixe aquiO deputado Raimundo Gomes de Matos (CE), que tem acompanhado os equívocos no Enem desde a edição de 2009, afirmou que espera por justificativas convincentes do titular. “Erros grosseiros e sucessivos estão ocorrendo em uma avaliação que servia, acima de tudo, como um grande entusiasmo aos estudantes para ingressar na faculdade. E o mais grave de tudo é que existe a corrupção e a roubalheira nesse ministério”, resumiu.
Ele acredita que a preocupação de Haddad é sua pré-candidatura à prefeitura de São Paulo e, por isso, as ações da pasta são levadas “de qualquer jeito”. Para Gomes de Matos, o ministro foi “ou conivente ou omisso com as irregularidades”. “Como um gestor que não consegue gerir uma só área, que é a educação, quer ser prefeito da maior cidade do Brasil?”, questionou. “Só espero que ele não minta, como fizeram os outros ministros”, concluiu.
Contrato milionário
→ No requerimento de convite a Haddad, os deputados destacavam que foi firmado convênio com o Centro de Seleção e Promoção de Eventos (Cespe), vinculado à Universidade de Brasília, sem licitação para aplicar o Enem de 2011, ao custo de R$ 372,5 milhões. O valor é três vezes superior ao desembolsado no exame de 2010, R$ 128,5 milhões. A diferença motivou o Tribunal de Contas da União (TCU) a pedir a suspensão do pagamento.
(Reportagem: Djan Moreno/ Foto: Luiz Cruvinel/Ag. Câmara/ Áudio: Elyvio Blower)
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