Cheque em branco
Paulo Abi-Ackel condena falta de diálogo do Planalto na votação da DRU
A discussão da proposta de emenda à Constituição (PEC 61/11) que prorroga a Desvinculação das Receitas da União (DRU) até 2015 mostra a incapacidade de diálogo do governo federal com a oposição. Essa é a avaliação do líder da Minoria na Câmara, Paulo Abi-Ackel (MG). O mecanismo, que permite ao Executivo usar livremente 20% dos recursos, perde eficácia em dezembro e, portanto, precisa ser votado antes do fim do ano.
“Jamais poderíamos aceitar uma extensão de prazo tão longa que permitisse com que o governo fizesse uso da sua sanha de gastos públicos e aparelhamento da máquina”, reprovou. Aprovada a matéria, “será dado um cheque em branco” ao Planalto durante quatro anos. A medida é desnecessária, sobretudo neste momento de crescimento da corrupção em diversos ministérios da gestão Dilma.
Abi-Ackel rebateu o líder petista, deputado Paulo Teixeira (SP), que acusou a oposição de não colaborar no momento de grave crise econômica. “Gostaríamos de mais cautela do discurso oficial. Tentamos, por meio do diálogo, um consenso. Buscamos o entendimento para que pudéssemos votar através de acordo o projeto”, avaliou o tucano.
Nessa terça-feira (8), a presidente Dilma rejeitou diálogo para prorrogar a desvinculação por apenas dois anos, alegando que a crise financeira pode durar mais tempo do que o previsto. A defesa não se sustenta na realidade. “O governo mudou de discurso rapidamente, mas não tratou a matéria com a seriedade que deveria ter tratado, pois até poucos dias atrás nós não tínhamos a DRU para discutir questão de tamanha relevância”, disse o tucano.
Por se tratar de uma PEC, a proposta precisa ser votada em dois turnos no Senado e na Câmara. Em cada discussão, são necessários 308 votos.
(Da redação / Foto: Paula Sholl)
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