Desmoralização política


PSDB pede abertura de inquérito para apurar denúncias no Trabalho e convocação de Lupi

O líder do PSDB na Câmara, Duarte Nogueira (SP), entrou nesta terça-feira (8) com representação no Ministério Público contra o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, para investigar suspeita de irregularidade na pasta. Em outra ação, os deputados Fernando Francischini (PR), Vaz de Lima (SP) e Vanderlei Macris (SP) apresentaram requerimento de convocação ao pedetista para que ele esclareça na Comissão de Fiscalização Financeira e Controle (CFFC) as acusações de cobrança de propina em convênios firmados com organizações não governamentais (ONGs).

O documento assinado por Nogueira solicita “a abertura de inquérito policial para fins de apuração da prática de crime de extorsão, concussão, condescendência criminosa e prevaricação por parte dos representados”. A solicitação inclui os nomes de Anderson Alexandre dos Santos, coordenador-geral de qualificação, e Marcelo Panella, ex-chefe de gabinete de Lupi. Ambos são objeto de convite protocolado pelos tucanos na CFFC para que venham à Câmara prestar esclarecimentos.

Play
baixe aqui

Discurso de inocência não foi suficiente para salvar ministros suspeitos de corrupção

Em entrevista coletiva, o líder voltou a defender o afastamento do presidente licenciado do PDT. “A situação dele se torna cada dia mais insustentável. Lupi deve sair para que as investigações prossigam com isenção. Se nada ficar provado, ele poderá voltar”, afirmou.

Segundo o texto, as possíveis fraudes são conhecidas há meses, mas os “agentes responsáveis por zelar pela coisa pública se limitaram a fazer apenas um ‘alerta’”. A representação cita matéria da “Folha de São Paulo”. Conforme o jornal, o secretário-geral da Presidência, Gilberto Carvalho, havia alertado o pedetista há três meses sobre os convênios com irregularidades. É citada ainda reportagem da revista “Veja”. A publicação afirma que assessores do ministro são acusados de cobrar propina para liberar pagamentos a ONGs.

“Estamos falando de quadrilha formada dentro do Trabalho para executar o esquema existente”, diz o documento. Em 29 de setembro, o tucano havia representado contra Lupi solicitando abertura de inquérito em razão da possível contratação de entidades ligadas ao PDT para prestarem serviços de qualificação. As instituições não possuem meios para cumprir o objeto.

Francischini também destaca inúmeras reportagens sobre o escândalo e justifica a necessidade de convocar Lupi. Ele lembra que há indícios de participação do gestor em esquema de corrupção na pasta. “O afrouxamento ético e moral da política brasileira traz mais um ministro à baila em casos de corrupção no país. É o sexto em dez meses de governo, um recorde triste”, disse em plenário.

O tucano destacou as obscuras relações da gestão federal com as entidades não governamentais e defendeu transparência. “Essa ligação das ONGs com o Executivo precisa ser colocada a limpo”, disse em discurso.

Francischini também defendeu em plenário a instalação da CPI do Segundo Tempo, para a qual já começou a recolher assinaturas.

(Reportagem: Djan Moreno / Foto: Elza Fiúza / Agência Brasil / Áudio: Elyvio Blower)

Compartilhe:
8 novembro, 2011 Últimas notícias Sem commentários »

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *