Gargalo na saúde


Fraco desempenho do SUS prejudica tratamento de câncer, alerta Imbassahy

Em discurso no plenário, o deputado Antonio Imbassahy (BA) citou dados do Tribunal de Contas da União (TCU) que apontam desempenho insuficiente do Sistema Único de Saúde (SUS) no tratamento de pacientes com câncer. Em 2010, 58 mil pessoas foram privadas de realizar sessões de radioterapia na rede pública e 80 mil deixaram de fazer cirurgias oncológicas – tratamento de tumores.

De acordo com o levantamento, as unidades públicas deveriam ter atendido 169,3 mil doentes que precisavam de radioterapia, mas só 111,5 mil foram contemplados, o que representa 65% do total. No caso das operações, somente 71,2 mil cidadãos de um total de 152,4 mil (46%) conseguiram passar pelo procedimento. No Rio de Janeiro, apenas 41% dos pacientes tiveram acesso à radioterapia e 29% a cirurgias.

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Os dados mostram ainda que o número de quimioterapias é maior que o necessário. Mesmo quando as sessões não surtem mais efeito, segundo o Ministério da Saúde, os médicos as indicariam por “obstinação terapêutica”. Em países como Canadá e Reino Unido, a quase totalidade dos doentes aguarda no máximo 30 dias, a partir do diagnóstico, para iniciar o combate ao câncer. No SUS, a primeira quimioterapia é feita em 76 dias e, a primeira radioterapia, em 113 dias.

“O tempo é um elemento de extrema importância, eu diria que quase decisivo, para o tratamento, o que agrava mais ainda esses dados”, alerta o tucano.

Imbassahy pede investimentos. “Apelamos ao governo federal para que coloque recursos da União no setor de saúde, porque, do ponto de vista relativo, os valores aplicados vêm caindo sistematicamente nos últimos anos”, destacou. O tucano ressalta que o Executivo transfere a responsabilidade para os estados e municípios. “É fundamental dar a merecida atenção à saúde, notadamente aos tratamentos oncológicos”, finaliza.

(Reportagem: Laize Andrade/ Foto: Beto Oliveira/Ag. Câmara/Áudio: Elyvio Blower)

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3 novembro, 2011 Últimas notícias Sem commentários »

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