Separação prejudicial
Divisão do Pará resultaria em mais miséria no estado, acredita Zenaldo Coutinho
Em pronunciamento nesta terça-feira (25), o deputado Zenaldo Coutinho (PA) voltou a se posicionar contra a divisão do estado do Pará. Para o tucano, a criação de duas novas unidades – Carajás e Tapajós – não resolverá os problemas da região. “Iremos reproduzir miséria se houver essa separação”, afirmou o tucano.
No dia 11 de dezembro, os paraenses irão às urnas para decidir, por meio de plebiscito, se são favoráveis ou não à medida. A Comissão de Finanças e Tributação aprovou, por 20 votos a 2, a consulta pública. O tucano foi um dos contrários à proposta.
“O grande desafio no momento é o estado do Pará defender o seu território e dizer não a essas propostas de divisão terríveis para a população. Ninguém conseguirá fazer uma conta matemática que prove que a criação de mais duas estruturas burocráticas e administrativas no mesmo local poderá melhorar a saúde, a educação ou a segurança”, ressaltou.
O deputado informou que em 11 de novembro começam a ser transmitidos, na TV e no rádio, os programas para que a sociedade seja informada de maneira sobre as consequências da divisão. Zenaldo atuava como secretário do estado e se afastou do cargo para lutar pela causa na Câmara.
Além de não resolver os problemas da população, o tucano ressalta que a divisão trará custos elevados ao contribuinte. “A União não se responsabilizará com dívidas de estados novos, nem com os servidores inativos. Quem paga essa conta? Está lá no Artigo 234 da Constituição impedindo a União de assumir essas dívidas. Acredito que quem pagará a conta será o Pará, um estado que mal consegue pagar a sua estrutura, por causa desse modelo econômico perverso”, completou.
Por fim, o deputado disse que é preciso defender a integridade do território e as riquezas a serviço do povo e a mudança desse modelo econômico. “O Pará não se conforma e não se contenta com o tratamento que o Brasil lhe dá. Nenhum outro estado sofre tanto com esse modelo tributário nacional”.
Caso os novos estados sejam aprovados no plebiscito, será criado um projeto de lei complementar com todas as regras para o estabelecimento das novas unidades. O texto deve passar por apreciação no Senado e na Câmara e, somente após isso, pela sanção da presidente Dilma Rousseff.
(Reportagem: Letícia Bogéa/ Foto: Beto Oliveira/Ag. Câmara /Áudio: Elyvio Blower)
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