Aumento da produtividade


Kaefer defende definição de nova política agrícola para o Brasil

A definição de uma política agrícola capaz de incorporar novas tecnologias para o aumento da produtividade das culturas, sem que haja acréscimo da área de produção, foi defendida pelo vice-líder do PSDB na Câmara, Alfredo Kaefer (PR), durante o programa “Brasil em Debate”, da TV Câmara, que será transmitido para todo o país no próximo dia 28. O horário da exibição ainda não foi fixado pela emissora.

O parlamentar paranaense pretende solicitar uma audiência ao ministro da Agricultura, Mendes Ribeiro Filho, para apresentar proposta de nova política, com base na sua experiência de empresário do setor de agronegócios. A proposta inclui, entre outros objetivos, uma maior transformação de produtos agrícolas em outros com valores agregados mais elevados, embora há alguns anos o setor venha liderando as exportações brasileiras.

Durante o programa, do qual participou também o deputado Moacir Micheletto (PMDB-PR), Kaefer desqualificou as críticas de alguns setores à suposta contribuição do agronegócio ao aumento do desmatamento no Brasil.

O parlamentar, integrante da Frente Parlamentar da Agricultura (FPA), disse que, no período de 1991 a 2010, a área agrícola – hoje de 47,7 milhões de hectares – aumentou 25,8% (1,4% ao ano), enquanto a produção cresceu 148,7% (7,8% ao ano) evoluindo de 57,9 milhões de toneladas para 144 milhões de toneladas.

TRIGO E SEUS PROBLEMAS

Os parlamentares mostraram-se bastante preocupados quanto ao quadro atual da cultura de trigo e da sua comercialização no Brasil. A produção do Paraná corresponde a cerca de 60% do total colhido no país.

O consumo de trigo no Brasil vai ser de aproximadamente 10,5 milhões de toneladas, sendo que 5,5 milhões de toneladas vão ser importados, embora haja um estoque de 2,4 milhões de toneladas nas mãos dos triticultores e de suas cooperativas, sem perspectivas de comercialização, conforme informações e comentários de Micheleto.

A preferência pela importação de trigo por parte de grandes grupos, em sua maioria estrangeira, deve-se ao fato de o preço do trigo no mercado externo, sobretudo na Argentina, ser inferior aquele do mercado interno devido a vários fatores, entre eles, a sobrevalorização do real em relação ao dólar.

Uma de várias sugestões de Micheleto para aumentar a produção de trigo no Brasil e facilitar sua comercialização é o governo brasileiro impedir “a entrada de trigo estrangeiro no Brasil na época de colheita e comercialização da safra nacional do produto, que se inicia em agosto e vai até o final do ano”, período que, segundo o parlamentar, coincide com a entressafra na Argentina.

Micheleto acrescentou que o Brasil vai gastar em 2011 cerca de US$ 2 bilhões com importações de trigo, sendo que uma parte desses gastos é desnecessária diante da disponibilidade interna do produto, sem falar que ela contribuirá para onerar ainda mais a balança comercial e, conseqüentemente, aumentará o déficit nas transações correntes do país. Com isso, haverá uma maior demanda de capitais estrangeiros para reduzi-lo que exigirá a manutenção de altas taxas de juros para tornar as aplicações financeiras no Brasil mais competitivas do que aquelas de outros países.

(Da assessoria do deputado/Foto: Paula Sholl)

Compartilhe:
24 outubro, 2011 Últimas notícias Sem commentários »

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *