Roteiro de ficção


Orlando Silva pode ser apenas mais um elemento na faxina de fachada da presidente, avaliam deputados

Diante das sucessivas denúncias de fraudes e favorecimentos a aliados no Ministério do Esporte, deputados do PSDB voltaram a defender o afastamento do ministro Orlando Silva e uma “faxina” de verdade no governo federal. Nesta sexta-feira (21), surgiram novos fatos que precisam de explicações por parte do comunista. Dessa vez, reportagem do jornal “Folha de S. Paulo” mostra que a pasta repassou nos últimos anos R$ 9,4 milhões a uma organização não governamental dirigida por dois ex-cabos eleitorais de um integrante da cúpula da pasta, o secretário de Esporte Educacional, Wadson Ribeiro, assessor direto do ministro.

Na opinião de Vaz de Lima (SP), deveria ser prática, quando houvesse grave denúncia envolvendo um auxiliar do primeiro escalão, o próprio acusado se afastar para que os órgãos competentes apurassem o caso. “Mas infelizmente isso não ocorre no governo Dilma. Parece que a presidente montou um roteiro de filme, onde ela age igual com todos: defende, logo em seguida tira do cargo e depois coloca outro ministro do próprio partido da pasta”, criticou.

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A presidente faz isso tentando se beneficiar, para que a sociedade acredite que ela vai fazer uma “faxina”, mas acaba não fazendo nada, segundo o parlamentar. Ela só afasta o envolvido, acrescentou o tucano, por causa da imprensa e da luta da oposição. “A faxina não passa de fachada”, afirmou. A situação é tão delicada no Esporte que Dilma mal chegou da África e convocou reunião de emergência ontem à noite para avaliar a crise. No entanto, nenhuma medida concreta foi anunciada.

Raimundo Gomes de Matos (CE), por sua vez, afirmou que a corrupção no governo está instalada desde a época do governo Lula. “A presidente Dilma recebeu uma herança maldita, dada a malversação do recurso público por ministros que permaneceram no cargo na mudança de governo, como é o caso do Orlando Silva. Ela tem que fazer a faxina de verdade, e a primeira é no Ministério do Esporte”, cobrou.

O parlamentar alertou para a importância da pasta nos preparativos para os megaeventos esportivos de 2014 e 2016: a Copa e as Olimpíadas. “Os eventos estão próximos de serem realizados. Não é possível permanecer um gestor que utiliza mal o dinheiro público”, completou.

Medo da CPI
“Se a presidente quisesse fazer mesmo a faxina, já teria executado. Mas isso não acontece porque foi ela quem ajudou no governo Lula a implantar esse brutal esquema de corrupção no país. Não quer a CPI da Corrupção porque pode sobrar para ela. Isso que a sociedade precisa saber”.
Deputado Vaz de Lima (SP)

Ajudando os amigos

→ Entidade ligada ao braço-direito de Orlando Silva, o Instituto Cidade recebeu dinheiro do ministério para distribuir material esportivo a jovens carentes e executar outras atividades em Juiz de Fora (MG). A ONG é dirigida por dois militantes do PC do B, José Augusto da Silva e Jefferson Monteiro, que trabalharam para Wadson Ribeiro na campanha eleitoral do ano passado, quando ele concorreu a uma vaga de deputado federal e não conseguiu se eleger. As informações estão em reportagem da Folha.

→ Ribeiro prestigiou eventos públicos organizados pela entidade e autorizou pessoalmente os convênios firmados com ela entre 2007 e 2010, período em que ocupou o cargo de secretário-executivo do ministério. Ele planeja se lançar candidato à Prefeitura de Juiz de Fora no próximo ano.

→ A ONG existe desde 2003, começou a receber verbas do Ministério do Esporte em 2006 e firmou seis convênios com o governo desde então, entre eles quatro do programa Segundo Tempo, que repassa recursos públicos para desenvolvimento de atividades esportivas em áreas carentes.

(Reportagem: Letícia Bogéa/ Fotos: Ag. Câmara e Paula Sholl/Áudio: Elyvio Blower)

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21 outubro, 2011 Últimas notícias Sem commentários »

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