Fim da ditadura


Relação de Lula com ex-ditador morto na Líbia é uma mancha na diplomacia, acreditam tucanos

Com a morte do ex-ditador da Líbia, Muammar Kadhafi, nesta quinta-feira (20), deputados do PSDB relembraram a aproximação do ex-presidente Lula com o coronel e outros governantes opressores que o petista admirava. Para os tucanos, a relação do ex-presidente com esses líderes representa uma mancha na diplomacia brasileira. Após 42 anos do regime de Kadhafi, finalmente a população local recupera a liberdade.

Quando estava no poder, o petista chamou o ex-ditador de “amigo e irmão”, além de defender o “companheiro” iraniano Mahmoud Ahmadinejad. “Lula já o chamou de ‘meu herói’, entre outros elogios. Isso só pode ser falta de conhecimento”, reprovou o presidente da Comissão de Relações  Exteriores da Câmara, Carlos Alberto Leréia (GO). “É lamentável essa proximidade”, acrescentou Eduardo  Azeredo (MG).

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Para Leréia, o fim da ditadura representará tranquilidade. “A Líbia, que nunca viveu uma democracia, terá essa possibilidade. Torcemos para que o Brasil possa ter mais critérios na hora de se relacionar com autoridades estrangeiras, principalmente com nações onde a democracia é só fachada. Que sirva de exemplo e que a presidente Dilma leve o país nessa direção”, ressaltou.

Kadhafi foi morto em um ataque de combatentes do novo governo. A rebelião contra ele começou em fevereiro deste ano na cidade de Benghazi e colocou a Líbia em uma violenta guerra civil e em crise humanitária. Desde o fim de agosto, o coronel estava desaparecido: ele foi derrubado do poder após a tomada da capital, Trípoli. “Tirar Kadhafi foi um grande ganho. O mundo tem que ficar livre desse tipo de elemento. Pessoas assim devem sair do comando. A decisão de tirar a ditadura foi dos próprios líbios, que não aguentavam mais tanta opressão”, apontou o tucano.

Para Azeredo, um dos principais problemas da política externa brasileira na gestão Lula foi justamente a aproximação com governantes autoritários. “Para um país que espera ser membro do Conselho das Nações Unidas isso é, sem dúvida alguma, uma dificuldade a mais”, disse. O deputado acredita que nenhuma morte deve ser comemorada, mas que agora haverá mudanças. “Foi uma vitória do povo líbio, que derrotou alguém que já estava no poder há tantos anos”, finalizou.

(Reportagem: Letícia Bogéa/ Foto: Ag. Brasil/Áudio: Elyvio Blower)

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20 outubro, 2011 Últimas notícias Sem commentários »

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