Contra o assédio


Dib ressalta importância de políticas públicas para combater o bullying nas escolas

Diante do crescimento do bullying nas escolas brasileiras, o deputado William Dib (SP) defendeu a adoção de medidas efetivas para combater o problema. Para o tucano, cursos de capacitação para educadores ajudariam a diminuir os casos. O parlamentar participou de seminário nesta terça-feira (18) na Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado sobre o assunto.

Segundo Dib, o objetivo da reunião foi debater o projeto de lei (7457/10) que trata do desenvolvimento de políticas contra esse tipo de assédio por instituições de ensino públicas ou privadas. De acordo com a proposta, o objetivo será disseminar conhecimento sobre a prática nos meios de comunicação e nos colégios, além de preparar professores e equipes pedagógicas para o diagnóstico do problema. O texto prevê também a orientação de vítimas e familiares com apoio técnico e psicológico para garantir a recuperação da autoestima de quem sofreu a violência.

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Dib ressaltou a importância da conscientização, prevenção e diagnóstico do cyberbullying – modalidade virtual – e das provocações em sala de aula. O deputado acredita que, em primeiro lugar, é preciso definir o consentido do termo e ensinar os educadores a entender a conduta. “A capacitação é fundamental para que se formem grupos dentro de cada escola para a abordagem do bullying. É importante que todos trabalhem na mesma direção”, ressaltou.
 
Na opinião de Dib, a mídia tem papel fundamental na questão, por isso é preciso divulgar propagandas de alerta. “A transformação só acontecerá no ambiente escolar quando alcançar também as famílias. Se não houver as duas mudanças ao mesmo tempo, teremos dificuldade em reduzir os casos”, concluiu.

A representante do Conselho Regional de Psicologia Juliana Paim, a orientadora pedagógica Eliane Gomes Quinonero, a psicóloga com atuação nas áreas de psicoterapia infantil e de adolescentes e autora do livro Guia Prático dos Pais, Suzy Camacho, e o cartunista Maurício de Sousa participaram do seminário.

Assédio comum, mas perigoso

 A Pesquisa Nacional da Saúde Escolar, feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) com mais de 600 mil estudantes de 13 a 15 anos nas capitais, revelou que 30% já sofreram bullying em algum momento de sua vida escolar.

Segundo Gilberto Martins, conselheiro do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), o bullying precisa estar tipificado em lei para que as punições sejam determinadas de acordo com a gravidade do ato.

O bullying pode ser definido como a prática de atos de violência física ou psicológica, de modo intencional e repetitivo, com o objetivo de constranger, intimidar, agredir e humilhar a vítima.

Cyberbullying é uma prática que envolve o uso de tecnologias de informação e comunicação para dar apoio a comportamentos deliberados, repetidos e hostis praticados por um indivíduo ou grupo com a intenção de prejudicar outra pessoa.

A Câmara analisa o Projeto de Lei 283/11, do deputado licenciado Thiago Peixoto (PMDB-GO), que obriga escolas públicas e privadas de educação básica a promover ações contra o bullying escolar. A proposta, que tramita em caráter conclusivo, será analisada pelas comissões de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado; de Educação e Cultura; de Finanças e Tributação; e de Constituição e Justiça e de Cidadania. O projeto tramita em conjunto com o PL 7457/10, que trata do mesmo tema.

(Reportagem: Letícia Bogéa/ Foto: Saulo Cruz/Ag. Câmara/ Áudio: Elyvio Blower)

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18 outubro, 2011 Últimas notícias Sem commentários »

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