Corrupção sem fim
Não é de hoje que Ministério do Esporte virou palco de bandidagem, alerta ITV
O Ministério do Esporte deveria ter papel de destaque num momento em que o Brasil se prepara para sediar a Copa e as Olimpíadas. No entanto, no governo petista a pasta se transformou em caso de polícia. “Não é de hoje que a área comandada pelo PCdoB virou palco de bandidagem”, alerta o Instituto Teotônio Vilela em sua Carta de Mobilização Política desta segunda-feira. “Quem paga o custo nefasto da corrupção que grassa no país é quem trabalha e produz. O fardo das malfeitorias que o PT disseminou pela máquina pública, como os desvios no Ministério do Esporte, recai, sempre, sobre os ombros dos brasileiros honestos”, alerta o órgão de estudos políticos do PSDB. Leia abaixo a íntegra:
Se o mensalão foi usado para comprar votos no Congresso, a liberação de verbas de convênios tem sido empregada para cevar o apoio de entidades da sociedade civil transformadas em capacho do petismo. Quem paga o custo nefasto da corrupção que grassa no país é quem trabalha e produz. O fardo das malfeitorias que o PT disseminou pela máquina pública, como os desvios no Ministério do Esporte, recai, sempre, sobre os ombros dos brasileiros honestos.
Num país que em menos de cinco anos sediará uma Copa do Mundo e uma Olimpíada, o ministério que cuida dos esportes deveria ser uma das joias da coroa. Não no Brasil do PT, onde a pasta é mesmo um caso de polícia. Não é de hoje que a área comandada pelo PCdoB virou palco de bandidagem.
Há anos, a relação entre o Ministério do Esporte e organizações não governamentais (ONG) vem levantando suspeitas. O principal desvão tem sido o programa Segundo Tempo, que deveria servir para comprar material esportivo, treinar e alimentar crianças carentes. Na prática, porém, o dinheiro das ações está sendo jantado pelos aliados comunistas.
Ministério Público, Polícia Federal e Controladoria-Geral da União já abriram investigações sobre o programa, com objetivo de apurar desvio de recursos para fins de enriquecimento ilícito e caixa dois de campanhas eleitorais. Cinco pessoas ligadas a ONG abastecidas pelo esquema já foram presas.
A edição da revista Veja desta semana revela, em cores dramáticas, como o Segundo Tempo pode ter desviado R$ 40 milhões em recursos públicos nos últimos oito anos, desde que Lula transformou – e Dilma Rousseff manteve – o Ministério do Esporte em feudo do PCdoB, primeiro com Agnelo Queiroz, depois com Orlando Silva.
A cena mais impressionante relatada pela revista é narrada por Célio Soares Pereira, descrito como “uma espécie de faz-tudo, de motorista a mensageiro, do grupo que controlava a arrecadação paralela entre as ONGs agraciadas com os convênios do Segundo Tempo”.
Deu-se em fins de 2008: “Eu recolhi o dinheiro com representantes de quatro entidades aqui do Distrito Federal que recebiam verba do Segundo Tempo e entreguei ao ministro [Orlando Silva], dentro da garagem [do ministério], numa caixa de papelão. Eram maços de notas de 50 e 100 reais”, contou Célio à revista, de cara limpa, sem se proteger por trás de anonimato.
A cena é de submundo, tanto quanto o pugilato que ora opõe um ministro de Estado a um policial militante do PCdoB e preso no ano passado sob acusação de ter desviado dinheiro público. Ambos se tratam publicamente como “bandidos”, integrantes de “quadrilhas”; relatam “acordos não cumpridos” e manipulações de processos públicos de acordo com “conveniências” pessoais. Coisa de máfia.
Orlando Silva pode estar pela bola sete. Ele estava em Guadalajara assistindo os Jogos Pan-Americanos e embarcou de volta na noite de sábado, primeiro dia de competições. Horas antes, o ministro havia dito a jornalistas que a presidente Dilma o orientara a “seguir com sua agenda”. Ontem, disse que mudou os planos “após ser convocado a retornar ao Brasil”.
O que se constata é que o Ministério do Esporte repete uma triste sina do governo petista: grosso desvio de dinheiro público, que vai parar em bolsos aliados. A compra de votos, de apoio, de consciências e a pura utilização de recursos do erário em benefício privado é uma marca desta era.
Se o mensalão foi usado para comprar votos no Congresso, a liberação de verbas de convênios tem sido empregada para cevar o apoio de entidades da sociedade civil transformadas em capacho do petismo. Só no ano passado, mais de 100 mil ONG receberam dinheiro do governo federal. Daquilo que foi para elas, partidos aliados, como o PCdoB, podem ter ficado com 20%.
“No mínimo, é uma contradição em termos que tantas entidades ditas não governamentais vivam de recursos públicos”, comenta José Roberto de Toledo, n’O Estado de São Paulo. Os números levantados pelo colunista impressionam.
Desde 2003, entre transferências e gastos diretos, o poder federal enviou mais de R$ 56 bilhões para contas de ONG. Entre 2004 e 2010, os repasses aumentaram 180% e cresceram muito mais do que as transferências para contas administradas por prefeitos e governadores. Apenas em 2010, ano de eleição geral, as liberações para entidades sem fins lucrativos avançaram 40%.
De onde vem a dinheirama para esta farra toda? A resposta pode estar na manchete de hoje do Estadão: às escondidas, o governo Dilma está urdindo um pacotaço de aumento tributário, enfiado no escuro na medida provisória que deveria servir para desonerar a folha de pagamento de setores da indústria, como parte do programa Brasil Maior.
“Com a bênção do Palácio do Planalto, a Receita Federal incluiu no texto da MP artigos prevendo desde um maior controle sobre a transferência de ações até a cobrança inédita de mais um tributo sobre a divisão de lucro entre sócios de uma companhia”, revela o jornal.
Trata-se de uma mostra clara de que quem paga o custo nefasto da corrupção que grassa no país é quem trabalha e produz. O fardo das malfeitorias que o PT disseminou pela máquina pública recai, sempre, sobre os ombros dos brasileiros honestos.
(Fonte: ITV)
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