Dinheiro jogado fora
Otavio Leite entra com representação no TCU contra alto custo da reforma do Maracanã
O primeiro vice-líder do PSDB na Câmara, Otavio Leite (RJ), entrou nesta quarta-feira (31) com representação no Tribunal de Contas da União (TCU) solicitando análise nos contratos e custos da reforma do Maracanã para a Copa do Mundo de 2014. O estádio é o mais cotado para encerrar o evento esportivo.
Em termos absolutos, o Maracanã é o mais caro das 12 cidades-sede. A obra foi licitada em setembro de 2010, mas sofreu aditivos que ampliaram o custo para R$ 932 milhões. De acordo com o Ministério dos Esportes, o “Padrão Fifa” determina valor de R$ 7,8 mil por torcedor nas reformas dos estádios, mas a unidade carioca chega a R$ 12,2 mil.
“O que seria mais razoável para a sociedade brasileira: a construção de um novo estádio cujos traços fossem absolutamente iguais ou a reforma do Maracanã?”, questiona Leite. O problema é observado ainda em outros estados. “Verifica-se que os custos por torcedor de pelo menos nove estádios brasileiros estão acima do padrão”, aponta Leite.
O custo médio foi obtido pelo cálculo dos orçamentos preliminares e capacidade de torcedores prevista em cada estádio. Utilizando as informações disponíveis em agosto de 2009, chegou-se ao valor médio de RS 7, 2 mil por pessoa, ressalta o parlamentar. “Portanto, observa-se discrepância do custo na reforma em comparação com o referido Padrão Fifa”, sentencia.
Além disso, em comparação com reformas realizadas em edições anteriores do evento, como na África do Sul e Alemanha, as obras brasileiras são mais caras, segundo o tucano. Diante dos fatos apresentados, ele requer “providências no sentido de determinar a realização de auditoria e demais providências fiscalizatórias necessárias ao exame de legalidade e economicidade na aplicação dos recursos federais destinados à reforma do Maracanã”.
Por causa dos preços altos, a Corte analisa o projeto executivo. O ministro Valmir Campelo recomendou a redução dos valores, decisão que tende a ser referendada pelo plenário do Tribunal de Contas.
(Da redação / Foto: Paula Sholl)
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