Corrupção em alta
PSDB anuncia medidas para esclarecer convênio do Esporte para projeto fantasma
O líder do PSDB na Câmara, Duarte Nogueira (SP), anunciou nesta quarta-feira (31) uma série de iniciativas para esclarecer o repasse do Ministério do Esporte, no valor de R$ 6,2 milhões, ao Sindicato das Associações de Futebol (Sindafebol) para o cadastramento das torcidas organizadas para a Copa do Mundo de 2014. Firmado sem licitação em dezembro do ano passado, o convênio faz parte do programa Torcida Legal.
O partido vai protocolar representação na Procuradoria Geral da República contra o ministro Orlando Silva e pedirá auditoria especial por parte do Tribunal de Contas da União (TCU) com medida cautelar para a suspensão do contrato até a apuração das denúncias, além de requerimento de informação solicitando cópia do processo e dados da execução da ação.
baixe aqui“Ficamos estarrecidos porque o governo paga, por uma proposta fantasma, R$ 6,2 milhões a uma entidade que tinha por objetivo cadastrar torcidas organizadas dentro do projeto da Copa do Mundo. O Ministério do Esporte destinou esse valor e está na conta desse sindicato, mas trata-se de um projeto fantasma”, criticou o líder.
Em outra ação, o deputado Vanderlei Macris (SP) convida o comandante da pasta e o secretário-executivo, Waldemar Manoel Silva de Souza, para falarem sobre o caso. O requerimento foi apresentado à Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara. Outro pedido com o mesmo teor será protocolado na Comissão de Turismo e Desporto.
Para Otavio Leite (RJ) e Carlaile Pedrosa (MG), a corrupção impera no governo. Pedrosa ressalta: os desmandos envolvendo a contratação de empresas por ministérios reforçam a falta de transparência. “O recurso foi passado sem condição nenhuma. Isso é ruim para o país e mais uma vez um ministério está envolvido em falcatrua”, disse. “O problema de irregularidades, fraudes e desvio de verba está contaminando todo o tecido da esfera federal”, acrescenta Leite.
Segundo “O Estado de S. Paulo”, o contrato foi aprovado pelo pasta rapidamente entre novembro e dezembro de 2010, sem licitação. Os recursos – R$ 6,2 milhões – foram liberados de uma só vez, em abril. No entanto, a ação nunca andou e a entidade admitiu que não tem estrutura para executar o convênio.
(Reportagem: Laize Andrade / Foto: Brizza Cavalcante / Áudio: Elyvio Blower)
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