Reflexo do aparelhamento político

Por ineficiência do PT, brasileiro paga caro por serviços, criticam parlamentares

Enquanto o governo gasta muito tempo para controlar a crise política causada por denúncias de corrupção em diversos ministérios, o brasileiro continua pagando as maiores cargas tributárias do mundo em relação à conta de luz, telefone, combustíveis, banda larga e passagens aéreas, além da mais alta taxa de juros reais, descontada a inflação: 6,8% ao ano. Para o deputado Antonio Imbassahy (BA), o aparelhamento da máquina pública é o responsável pela alta carga tributária, que afeta o bolso do contribuinte.

Reportagem do jornal “O Globo” aponta o Brasil como um dos países onde se paga mais por esses serviços. Por exemplo, a consultoria MicroAnalysis afirma que as passagens aéreas brasileiras são as mais caras do mundo entre os grandes mercados. As tarifas chegam a ser 227% mais altas do que nos Estados Unidos.

A Associação Brasileira dos Grandes Consumidores de Energia (Abrace) coloca o país com o terceiro maior custo de energia elétrica para a indústria no mundo. Isso ocorre por causa de encargos e ineficiências no sistema.

Na opinião de Imbassahy, a situação é ainda mais grave porque o contribuinte adquire um serviço elevado e de baixa qualidade, pois enfrenta frequentes interrupções no fornecimento de energia, atrasos e superlotação nos aeroportos e serviços de banda larga com velocidade reduzida.  “Pagamos muito caro e ainda temos serviços precários se comparados com os de outras regiões do mundo. É mais caro e de qualidade inferior”, lamentou.

Para o deputado Alfredo Kaefer (PR), o país está andando para trás. “São os equívocos da política econômica do Brasil que dá para dizer que não há uma política fiscal em marcha. Apenas uma política monetária em curso, administrada pelo Banco Central. Por parte da Fazenda, não existe esse processo de ter equilíbrio de conta pública, redução de gastos, a criação de superávit para que possamos ter uma taxa de juros mais baixa”, protestou.

Vaz de Lima (SP) acredita que o PT precisa montar um programa de redução dos juros e da carga. Na opinião do parlamentar, há um processo de desindustrialização em curso. “Isso vai refletir nos preços dos alimentos, combustível, telefonia, energia elétrica. Quem paga é o consumidor, o usuário. Esse discurso que o governo faz de atender o mais pobre de é um engodo”, reprovou.

O parlamentar defende a redução do custeio do Estado, assim como o combate ao aparelhamento da máquina pública.  “O governo tem que interromper esse aparelhamento da máquina estatal. Isso leva à corrupção, à gastança e à ineficiência. Quem paga por tudo isso é o contribuinte que paga uma das mais elevadas taxas tributária do mundo.”

Alta carga

→ O custo dos combustíveis também está entre os maiores do mundo. O Brasil tem a segunda gasolina mais cara das Américas, cotada a US$ 1,58 o litro. Na telefonia, o país fica na posição intermediária, na 53ª entre os 161 países que tiveram a cesta de serviços básicos de telefonia fixa analisada pela União Internacional de Telecomunicações (UIT). Apesar disso, o valor da cesta no país, de US$ 13,43, é superior à média de todos os países (US$ 12) e o mais alto entre os Brics.

(Reportagem: Artur Filho e Djan Moreno / Foto: Paula Sholl / Áudio: Elyvio Blower)