Peça de ficção
Rui Palmeira condena balanço inflacionado do PAC e pede mais transparência do Executivo
Mesmo com maquiagem, o governo não consegue esconder o que todo o país já percebeu, até porque vivencia esta realidade cotidianamente: o Programa de Aceleração do Crescimento é uma obra de ficção e de propaganda, que ainda não saiu do papel e que só serviu de discurso em período eleitoral.
A avaliação foi feita nesta segunda-feira (15) pelo deputado Rui Palmeira (AL) ao se referir ao levantamento das ações do programa apresentado neste domingo (14) pela “Folha de S. Paulo”. Reportagem assinada pelos jornalistas Gustavo Patu e Breno Costa desmonta os números do balanço do PAC 2, apresentado recentemente pelo governo.
De acordo levantamento da Folha, as “ações orçamentárias do PAC iniciadas em 2011 receberam, até julho, apenas 7,8% do total programado para o ano mesmo estando livres do bloqueio de gastos promovido no início do governo”.
“Os dados apresentados na reportagem contradizem a versão oficial de que a taxa de execução para os investimentos do PAC 2 estaria em 37,5%, como alardeou o governo federal. Quem quiser pode conferir que o balanço do programa apresentado pelo governo é pouco objetivo, sem dados claros, carregado de mapas e legendas superficiais que mais camuflam que expõe de modo claro as ações efetivamente realizadas”, disse o parlamentar.
PAC 1 inflaciona PAC 2
De acordo com o jornal, os dados do PAC 2 divulgados pelo governo incluem informações referentes ao PAC 1, primeira etapa do programa lançado na gestão do presidente Lula em 2007. Com este artifício, o balanço do PAC 2 conseguiu apresentar “desembolsos, até julho, de R$ 10,3 bilhões, de um investimento programado para o ano de R$ 27,5 bilhões”. Tais números explicariam os 37,5% de investimentos apresentados pelo governo.
Contudo, o levantamento da Folha alerta para o fato de que a maioria dos R$ 8,8 bilhões destes investimentos prometidos estaria concentrada em projetos novos e constantes do PAC 2, “dos quais foram pagos menos de R$ 700 milhões” em 2011. E esta seria a explicação para os dados inflacionados apresentados no balanço dos seis primeiros meses de PAC conduzido na gestão Dilma Rousseff.
“Devemos cobrar mais transparência do governo nesta divulgação e, principalmente, que os investimentos prometidos sejam executados. E que haja mais responsabilidade nestes desembolsos. A reportagem da Folha traz um dado alarmante: o governo Lula deixou ‘investimentos pendentes’ de R$ 19,2 bilhões no PAC, dos quais a gestão Dilma só conseguiu pagar R$ 7,2 bilhões. Enquanto o descontrole nos gastos engessa o país, a população sofre com obras paralisadas em todo o território nacional”, concluiu o tucano.
(Da assessoria do deputado/ Foto: Ag. Câmara)
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