População descrente
Queda na popularidade de Dilma é reflexo das denúncias de corrupção, avaliam deputados
O líder do PSDB na Câmara, Duarte Nogueira (SP), e o deputado Antonio Carlos Mendes Thame (SP) atribuem a queda de popularidade da presidente Dilma Rousseff à onda de denúncias de corrupção que envolve o governo federal. De acordo com a pesquisa Ibope, a avaliação favorável da gestão petista recuou de 56% para 48%, em relação aos dados de março. Já a confiança na presidente caiu de 74% para 65%.
“A pesquisa demonstra que a aprovação de Dilma como ótima ou boa já não é mais maioria. Ou seja, ela tem uma reprovação da maior parte da população”, resumiu Nogueira.
Na avaliação de Mendes Thame, os dados são uma reação do povo aos atos de corrupção. “Cada denúncia funciona como uma pesada âncora que não deixa o barco da administração federal andar. Em cada ministério que se percebe um aparelhamento para roubar, a sociedade perde a confiança”, destacou.
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Segundo o deputado, para mudar esse quadro, a petista precisa ter coragem e fazer uma verdadeira limpeza nos órgãos investigados. “É um imenso trabalho que ela vai ter que fazer. Se continuar como está, ela já sabe qual é o caminho mostrado por essa pesquisa: perder cada vez mais o apoio dos brasileiros”, alertou.
De acordo com o Ibope, a gestão foi mal avaliada na maior parte de suas áreas de atuação. Dos nove setores analisados, em seis o índice de desaprovação superou o de aprovação. A saúde e os impostos foram os itens com o pior resultado, com 69% de descontentamento, seguidos da segurança pública (65%). Os juros e o combate à inflação também tiveram uma avaliação ruim: 63% e 56%. Já a área de educação obteve 52% de rejeição.
Ainda segundo a pesquisa, o aumento de notícias desfavoráveis ao governo foi percebido por 25% dos entrevistados. Em julho, esse percentual era de 7%. Os problemas políticos com a substituição de ministros do Executivo foram as notícias mais citadas pelos indivíduos. O líder avalia que os números “demonstram que Dilma têm uma enorme fragilidade na sua articulação política”.
Crise política
→ A crise no Ministério dos Transportes, motivada por denúncias de superfaturamento de obras na pasta, e a demissão da diretoria do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) foi a notícia mais lembrada por 21% dos entrevistados. Já a demissão de Antonio Palocci da Casa Civil e a crise política desencadeada pela revelação do súbito enriquecimento do ex-ministro foi citada por 14% das pessoas ouvidas pelo Ibope.
→ Segundo a pesquisa, a expectativa positiva em relação ao restante do governo Dilma registrou 55%. Em março, esse índice era de 68%.
(Reportagem: Alessandra Galvão/ Fotos: Paula Sholl/Áudio: Elyvio Blower)
Era previsível a queda na popularidade da Presidente. Os alarmantes índices de corrupção que um a um vem tomando a já frágil energia do governo. Quanto a substituição dos ministros envolvidos, acredito que está ação tornou-se inevitável. E a base aliada mostra sinais de insatisfação. É um efeito dominó no governo da Presidente Dilma, que mesmo antes dessas denúncias era conhecido por sua fragilidade. Mas ela tem muito a agradecer ao então ex-presidente Lula, que por sua constante interferência no governo de sua companheira fez com que “cartas marcadas” tivessem espaço na alta administração. Sem dúvida o caso mais grave foi do ex-ministro Palocci, e do José Genoíno. São sinais como este que agravam a situação.