Sustentação desfeita
Base aliada desapareceu após sucessivos escândalos, avalia Abi-Ackel
A base aliada ao Planalto desapareceu diante da onda de denúncias de corrupção que atinge diversos ministérios, na opinião do líder da Minoria na Câmara, Paulo Abi-Ackel (MG). De acordo com o tucano, a ala governista é passiva, não enfrenta os problemas e, por isso, a Casa não consegue discutir matérias de interesse coletivo. “A base de sustentação do Planalto se desfez, desapareceu porque está em estado de choque em razão de episódios lamentáveis”, condenou da tribuna nesta quarta-feira (10).
O deputado lembrou que os aliados adiaram as votações previstas para hoje devido a uma crise interna. Abi-Ackel ressaltou a importância da apreciação de projetos como a regulamentação da Emenda 29, para destinar mais recursos à saúde, e a proposta que agiliza o julgamento de crimes cometidos por autoridades públicas com foro privilegiado.
baixe aquiDe acordo com o parlamentar, o governo deveria enfrentar a crise política com uma reforma administrativa, redução de ministérios e cargos de confiança. Para ele, a razão do problema está no loteamento de vagas para apadrinhados políticos sem qualificação. “O país não sobrevive com 40 ministérios e 23.500 cargos de confiança, muitos dos quais, ocupados por pessoas sem a menor condição de estar lá”, avaliou.
Abi-Ackel rebateu as declarações do líder do PT na Câmara, deputado Paulo Teixeira (PT-SP). Segundo o tucano, a presidente Dilma Rousseff não enfrenta as denúncias de maneira correta. “Temos plena convicção de que em muitos dos casos não há efetivamente responsabilidade dos ministros que estão há apenas oito meses no governo e, sim, da máquina burocrática que já tem oito anos e oito meses de mau funcionamento”, criticou.
(Reportagem: Alessandra Galvão/Foto: Brizza Cavalcante/Ag. Câmara/Áudio: Elyvio Blower)
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