Operação Voucher
Ministro do Turismo vai à Câmara esclarecer denúncias de desvio milionário
Por iniciativa de deputados do PSDB, o ministro do Turismo, Pedro Novais, dará explicações na Câmara sobre a suspeita de desvio de recursos públicos na pasta. As comissões de Turismo, Fiscalização Financeira e Defesa do Consumidor aprovaram nesta quarta-feira (10) requerimentos de audiência com Novais, dois deles encaminhados por tucanos. Ontem (9), a Polícia Federal desencadeou a Operação Voucher, que resultou em mandados de prisão de 38 pessoas ligadas ao órgão. Até agora, 35 foram presas.
Em outros três requerimentos, parlamentares da sigla garantiram a realização de audiência com o ex-ministro Luiz Barretto, um convite ao ministro da Controladoria-Geral da União (CGU), Jorge Hage, e um pedido de informação ao ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, sobre a ação da PF.
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O líder tucano na Casa, Duarte Nogueira (SP), afirmou que existe uma corrupção generalizada na Esplanada e considerou fundamental que os responsáveis pelo Turismo expliquem se tinham conhecimento das irregularidades. Ele classificou as fraudes como um “convênio podre que resultou num desvio milionário de recursos e não gerou nenhuma promoção de atividades de turismo, portanto uma corrupção flagrante”.
“O ministro tem que dar essas explicações, pois toda a cúpula foi afastada ou está presa com graves indícios de desvio de emendas parlamentares. A presença dele vai trazer luz para o caso”, defendeu Fernando Francischini (PR). Ele e Vanderlei Macris (SP) afirmaram que a presença de Barretto também é indispensável, já que os problemas teriam começado em sua gestão.
Na comissão de Turismo, Otavio Leite (RJ) e Rui Palmeira (AL) ressaltaram a necessidade de ouvir Novais. “Será bastante elucidativo para esclarecer os fatos que se tornaram públicos e também para falar um pouco da política de Turismo no país que gastou milhões e milhões nos últimos anos com festas em detrimentos de importantes investimentos”, disse Palmeira.
Segundo a PF, as investigações indicam que foram desviados R$ 3 milhões do ministério, de um total de R$ 4,4 milhões previstos em contrato com o Instituto Brasileiro de Desenvolvimento de Infraestrutura Sustentável (Ibrasi), destinado à qualificação de 1,9 mil profissionais no Amapá. O repasse era feito por empresários, funcionários do ministério e do Ibrasi. As investigações constataram que não houve treinamento e os valores foram pagos a empresas que só existiam no papel.
Petista no comando
→ Pedro Novaes confirmou à presidência da Comissão de Turismo que deverá participar de audiência na próxima quarta-feira (17). O debate deve acontecer em conjunto com as demais comissões.
→ A senadora Marta Suplicy (PT-SP) também poderá ser convidada a se explicar porque a contratação de funcionários envolvidos no esquema de corrupção teria sido iniciada quando a petista comandava o ministério. Deputados do PSDB e do DEM afirmaram que deverão insistir no convite à senadora, caso se comprove, durante os depoimentos de Novais e Barretto, que as irregularidades começaram na gestão dela.
(Reportagem: Djan Moreno/ Fotos: Danilo Godoi/ Áudio: Elyvio Blower)
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