Foco de irregularidades


Deputados cobram punição aos envolvidos em esquemas de desvios no Turismo

Além dos escândalos nos ministérios dos Transportes e Agricultura, as denúncias de corrupção bateram a porta do Turismo. Para os deputados Rui Palmeira (AL) e César Colnago (ES), o novo foco não é surpresa. A Polícia Federal, por meio da operação Voucher, prendeu nesta terça-feira (9), 38 pessoas suspeitas de desvios relacionados a convênios de capacitação profissional no Amapá. O secretário-executivo, Frederico Silva da Costa, foi um dos detidos.

“É lamentável, mas não há nenhum fato surpreendente. Estamos assistindo o loteamento com interesses dos mais diversos”, condenou Colnago, integrante da Comissão de Turismo. Na opinião dele, está havendo uma pandemia, uma distribuição generalizada de procedimentos ilícitos de grupos políticos e loteamento herdado pelo governo Lula.

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“A oposição vai exigir a preservação dos recursos, que todas as pessoas envolvidas sejam punidas e, principalmente, a devolução do valor aos cofres públicos”, avisou.

A operação investiga o desvio de recursos públicos destinados ao Ministério do Turismo por meio de emendas parlamentares. Segundo a PF, houve direcionamento de contratações a empresas que fariam parte do suposto esquema. As pessoas envolvidas poderão ser indiciadas pelos crimes de formação de quadrilha, peculato e fraudes em licitação.

O esquema pode ter causado prejuízo aos cofres públicos de R$ 4 milhões, segundo o procurador da República no Amapá, Celso Leal, em entrevista à Agência Brasil. O valor é relativo ao dinheiro liberado para convênio firmado, em 2009, com o Ibrasi (Instituto Brasileiro de Desenvolvimento de Infraestrutura Sustentável).

Outro integrante da Comissão de Turismo, Rui Palmeira pede à Polícia Federal e ao Ministério Público as apurações necessárias para punir os culpados. “Muitas vezes a PF e o MP cumprem com suas tarefas, mas a punição não acontece, o que alimenta a impunidade e gera mais corrupção”, disse. “Foram milhões jogados em festa em detrimento de outros investimentos bem mais importantes. É outro escândalo muito grave do atual governo”, finalizou.

Operação Voucher

→ Na ação, com cerca de 200 policiais federais, divididos em São Paulo, Brasília e Macapá, a PF cumpre 19 mandados de prisão preventiva, 19 de prisão temporária e 7 de busca e apreensão.

→ Além do secretário-executivo, foi preso o secretário nacional de Desenvolvimento de Programas de Turismo, Colbert Martins da Silva Filho, um ex-presidente da Embratur, além de empresários, diretores do ministério e funcionários do Instituto Brasileiro de Desenvolvimento de Infraestrutura Sustentável (Ibrasi).

→ Em nota, a PF afirma que foram detectados indícios de desvio de dinheiro público em um convênio que previa a qualificação de profissionais de turismo no Amapá. O convênio foi assinado entre o ministério e o Ibrasi em 2009 e não teria tido chamamento público para que outras entidades se candidatassem a oferecer o serviço. Ainda de acordo com a PF, o instituto não tinha condições técnicas de prestar os serviços de qualificação.

(Reportagem: Letícia Bogéa/ Fotos: Paula Sholl/ Áudio: Elyvio Blower)

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9 agosto, 2011 Últimas notícias Sem commentários »

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