Trapalhada
Indicação de Celso Amorim para Defesa mostra que Dilma está perdida, avaliam parlamentares
A presidente Dilma Rousseff errou ao escolher Celso Amorim para substituir Nelson Jobim no Ministério da Defesa, na opinião dos deputados Eduardo Azeredo (MG) e Fernando Francischini (PR). Para os tucanos, colocar um diplomata nas Forças Armadas mostra que a petista está perdida e trata a Defesa Nacional como um assunto secundário. Os parlamentares também questionaram o histórico de Amorim quando foi ministro das Relações Exteriores.
Ex-presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado, Eduardo Azeredo avalia que a presidente não foi feliz na escolha. “O governo Dilma colocou a Defesa Nacional em segundo plano e tratou esse tema como um assunto secundário. A sucessão, da maneira como é feita, parece ser uma trapalhada”, resumiu.
baixe aqui
O deputado lembrou que Amorim teve uma atuação polêmica no Itamaraty. “Esses pontos levam a dúvidas de como será o desempenho dele à frente da nova pasta”, afirmou Azeredo. O tucano ressaltou a boa relação de Jobim com os comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica.
Para Fernando Francischini, Amorim não é o nome ideal para a área. “É como colocar um engenheiro na Saúde ou um médico na Justiça. Como ministro das Relações Exteriores, ele se envolveu em assuntos muito polêmicos e sem o respaldo popular. Se mesmo na área em que dominava ele causava controvérsia, imagine então na Defesa, que é um dos órgãos mais importantes do país”, reprovou.
Na avaliação do deputado pelo Paraná, mudança tem interferência direta do ex-presidente Lula. “Acredito que Dilma novamente ouviu o antecessor e colocou outro colaborador direto dele. Quem comanda esse governo durante as madrugadas em que a presidente Dilma está perdida é o Lula”, destacou.
Batalhas perdidas
→ Conforme destacaram os deputados, a gestão de Celso Amorim no MRE foi marcada por várias polêmicas. Entre elas o apoio a Manuel Zelaya em Honduras e a aproximação com presidentes cujos regimes são controversos como Mahmoud Ahmadinejad (Irã), Hugo Chávez (Venezuela) e os irmãos Castro (Cuba).
→ Em entrevista ao colunista da “Veja” Reinaldo Azevedo, um general do Exército, cujo nome não foi revelado, afirmou: “Só não vou dizer que se trata de uma provocação, de uma escolha maliciosa, porque pode ser algo ainda pior do que isso: tenho para mim que a presidente Dilma Rousseff não tem noção do que está fazendo nessa área.”
→ À frente do Itamaraty Amorim perdeu rigorosamente todas as batalhas em que se meteu, de acordo com Reinaldo Azevedo.
(Reportagem: Alessandra Galvão/ Fotos: Paula Sholl/ Áudio: Elyvio Blower)
Deixe uma resposta