Execução pífia

Gomes de Matos condena lentidão do PAC e pede conclusão de obras prometidas

Baixa velocidade na execução das obras e promessas não cumpridas marcaram os seis primeiros meses de 2011 do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), na avaliação do deputado Raimundo Gomes de Matos (CE). Em discurso no plenário nesta quinta-feira (4), ele ressaltou que parte das construções divulgadas pela presidente Dilma Rousseff nunca saíram do papel. É o caso das 500 Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), das 8 mil Unidades Básicas de Saúde e dos 2.800 postos de polícia comunitária.

“No início, foi o contingenciamento de R$ 50 bilhões. Durante esses seis meses, o PAC não conseguiu efetivar 10% do previsto. E a presidente Dilma foi eleita como a mãe do PAC, a grande planejadora das ações do governo Lula”, afirmou. Dos R$ 212,5 milhões previstos em 2011 para as UPAs, que forneceriam atendimento médico 24h por dia, nada foi investido. As unidades de saúde receberiam R$ 480,2 milhões este ano, mas não houve aplicação da verba.

Mesmo com o aparente fracasso do programa em alguns setores, a ministra do Planejamento, Miriam Belchior, avaliou como positivo o balanço apresentado em 29 de julho.

A execução orçamentária do programa não chegou a 10% no primeiro semestre do ano. Foram aplicados R$ 86,4 bilhões, contra R$ 95,7 bilhões registrados no balanço anterior, o que mostra a desaceleração. Do valor já investido em 2011, cerca de R$ 35 bilhões são relativos a financiamento habitacional para pessoas físicas. Ou seja, o dinheiro será restituído. “Apesar de toda a estrutura montada no governo passado, observamos que em vários programas, quando o investimento não é zero, é pífio”, comentou.

De acordo com o levantamento divulgado pelo governo, o Ministério dos Transportes executou 1% em seis meses, o que reforça a falta de gerenciamento da pasta, atual foco de denúncias de corrupção. As obras concluídas deixaram de fora as estradas federais que, no Ceará, estado de origem do tucano, então em estado deplorável. “Espero que possamos ter um segundo semestre de efetivação dessas obras que a população tanto precisa”, concluiu.

(Foto: Paula Sholl)