Omissão nas estradas
Descaso do governo com as rodovias agrava índice de acidentes, afirmam deputados
Os deputados Alberto Mourão (SP) e Carlos Roberto (SP) avaliam que o governo federal é omisso e irresponsável diante do aumento dos casos de invalidez decorrentes de acidentes de trânsito. Reportagem do jornal “O Globo” mostrou que, só no primeiro semestre deste ano, foram pagas mais de 107 mil indenizações, contra 151.588 em todo o ano de 2010. Os tucanos acreditam que o alto índice é consequência da falta de segurança e infraestrutura nas rodovias.
De acordo com balanço feito pela seguradora que administra o Seguro Obrigatório de Danos Pessoais Causados por Veículos Automotores de Via Terrestre (DPVAT), desde que as estatísticas começaram a ser feitas, os números não eram tão alarmantes. Em 2010, as indenizações representaram 60% dos pagamentos. Em 2009, elas totalizavam 46% e, em 2008, 32%. Os ressarcimentos por morte em 2011 já somam 26.894, uma média de 147 por dia.
baixe aqui“Eu acredito que esses números são decorrência da falta de manutenção e de estradas com excesso de trânsito trabalhando em mão dupla”, considera o deputado Mourão. Na opinião dele, o governo tem negligenciado as políticas preventivas.
O levantamento da seguradora apontou ainda que o crescimento da frota de motocicletas no Brasil agrava o problema, em especial nas regiões Norte e Nordeste. As motos correspondem a 27% do total de veículos. Segundo os dados, em alguns estados nordestinos, a proporção chega a 60%. Dessa forma, a instituição reconhece que será preciso reajustar o DPVAT.
Para Carlos Roberto, o governo tem sido incompetente e irresponsável diante das condições das estradas federais. Integrante da Comissão de Viação e Transportes na Câmara, o deputado ressaltou que o tema tem sido alvo de debate no colegiado. O tucano ressaltou que, além do pagamento do benefício, o Estado possui alto custo para atender as vítimas de acidentes. “Se tivéssemos um levantamento dos leitos hospitalares que são dispostos aos acidentados, ficaríamos muito mais tristes”, reforçou. Roberto acredita que é preciso usar como estratégia a responsabilidade.
(Reportagem: Laize Andrade/Foto: Paula Sholl)
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