Medida nefasta


Tucanos reprovam elevação de juros como forma de controlar a inflação

Os deputados Eduardo Azeredo (MG) e Alfredo Kaefer (PR) reprovaram o aumento da taxa básica de juros (Selic) para 12,5% ao ano, política adotada pela equipe econômica para conter a pressão inflacionária, que, conforme a previsão do mercado, retornará ao centro da meta (4,5%) apenas em 2013. Para os tucanos, o governo perdeu as rédeas da economia. Com a quinta alta consecutiva, o Brasil continua na liderança dos países os maiores juros reais do mundo (projeção que desconta a inflação), com 6,8%.

Brasil é disparado o país que cobra as mais altas taxas do planeta

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Para Azeredo, o incentivo exagerado ao crédito contribuiu para o endividamento das pessoas. Mas, frente aos sucessivos aumentos da taxa, o brasileiro ficou refém das dívidas. “O mesmo PT que criticava tanto as políticas de juros agora insiste numa atuação completamente diferente, em que não há a necessidade de uma taxa tão alta”, afirmou.

Os juros, no fim de 2010, estavam em 10,75% ao ano. A escalada veio acompanhada da nova administração federal e avançou 1,75 ponto percentual. Azeredo destaca que o controle dos gastos públicos seria uma alternativa mais interessante à população. “O gasto público é o maior problema que o país tem hoje, mas o PT nunca se preocupou em controlar as despesas.”

Kaefer considera o aumento um instrumento nefasto. Na opinião do tucano, a solução para a estabilidade da economia não passa, necessariamente, por apertos monetários, mas por uma política fiscal. As principais providências, avalia, deveriam ser tomadas por parte do Tesouro com a redução de gastos e o equilíbrio das contas públicas. Para ele, a supervalorização do real também contribui para a escalada dos juros.

“Vamos pagar muito caro por isso, com a destruição de empresas e a desindustrialização, pois esse ciclo provoca a valorização do Real cada vez mais, o que implica em mais importações, menos exportações e perda de mercados”, lamentou, ao destacar que o cidadão comum é o maior atingido pela elevação da Selic.

Para o líder do PSDB na Câmara, Duarte Nogueira (SP), o constante o constante aumento das taxas de juros é fruto da política fiscal deficitária do governo. “É o déficit público que Lula deixou fruto da gastança que ele gerou.”

Na última semana, o mercado manteve a previsão para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2011 em 6,31%, anunciou o Banco Central. Para 2012, por sua vez, a previsão dos economistas para o índice permaneceu estável em 5,20%. O BC busca a convergência da inflação para a meta central de 4,5% somente em 2012.

(Reportagem: Djan moreno/ Fotos: Paula Sholl/ Áudio: Kim Maia)

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21 julho, 2011 Últimas notícias Sem commentários »

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