Arrecadação em alta

Elevada carga tributária reflete incapacidade do governo em administrar recursos públicos, alerta Francischini

O crescimento acelerado da arrecadação dos impostos e a precariedade de serviços básicos oferecidos à população demonstram a incapacidade do governo federal em administrar os recursos públicos, abrindo uma avenida à corrupção, avalia o deputado Fernando Francischini (PR). No primeiro semestre, a carga tributária teve ascensão. Desde o início do ano, os brasileiros pagaram, em média, R$ 2,6 bilhões por dia em tributos federais.

“Esse excesso de arrecadação dá margem infelizmente à corrupção. Nós estamos vendo em todas as áreas, conforme mostram estudos de fiscalização, que quase 20% das verbas que vão para as obras caem no desvio da corrupção”, afirmou o tucano.

Em seis meses, a Receita arrecadou R$ 465,6 bilhões, valor 12,7% maior do que o registrado no mesmo período de 2010 (corrigida a inflação), destaca o “Correio Braziliense”. Segundo a matéria, nunca na história do país os cidadãos pagaram tanto imposto. O problema, de acordo com Francischini, é que o Brasil não retribui com educação, saúde e transporte de qualidade.

Nos cálculos do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), somente no mês passado, foram recolhidos R$ 82,7 bilhões, alta de 23% ante junho do ano passado e de 15,6% em relação a maio. O desperdício no serviço público, aponta o Tribunal de Contas da União (TCU), é outra fonte de perda de recursos. Levantamento em 71 órgãos federais mostra que, só na conta de luz, daria para economizar R$ 240 milhões por ano.

Na opinião do tucano, há uma distribuição errada da verba, que prejudica principalmente a população mais pobre. “O brasileiro que ganha salário mínimo não escapa da carga tributária que vem embutida no preço dos produtos”, criticou. Francischini ressalta que o governo é perverso ao não sinalizar com uma reforma tributária para desonerar o bolso do trabalhador.

(Reportagem: Artur Filho / Foto: Paula Sholl / Áudio: Francisco Maia)