Falhas no ensino
Investimento na educação e formação de professores são fundamentais para reduzir analfabetismo
Os deputados Raimundo Gomes de Matos (CE) e Rogério Marinho (RN) demonstraram preocupação com os dados divulgados pelo IBGE sobre analfabetismo. No Brasil, 9,6% da população acima de 15 anos – 13,9 milhões de pessoas – não sabe ler nem escrever, segundo o Censo 2010. Diante disso, o país terá que dobrar o ritmo de queda do índice para cumprir a meta assumida na Organização das Nações Unidas (ONU): chegar a 6,7% de analfabetos em 2015. Se repetir o desempenho da última década, o objetivo só será alcançado em 2020, segundo reportagem do jornal “O Estado de S. Paulo”.
As frequentes trapalhadas e desacertos do Ministério da Educação (MEC) comprometem os indicadores educacionais, na opinião de Gomes de Matos. Segundo o parlamentar, os erros nos livros didáticos, os problemas no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e os desencontros na formatação das políticas públicas geram vulnerabilidade.
baixe aqui“É lamentável constatarmos que ainda temos um contingente muito grande de analfabetos e de crianças que não têm acesso à pré-escola. O que agrava mais o quadro é não termos uma educação de qualidade. Falta um compromisso do MEC de sair do discurso e ir para a prática”, ressaltou.
Para reduzir a taxa de analfabetismo, Gomes de Matos cobrou medidas efetivas do governo, como investimentos na área, além de um compromisso maior dos educadores. “É preciso estabelecer metas para os municípios e Estados entrarem no pacto federativo. O país tem todo potencial de crescimento, mas se não houver investimento no setor, os outros passarão do Brasil em todos indicadores”, alertou. Por fim, o deputado disse que é preciso esforço para alcançar a meta. Para ele, o país deveria ultrapassar os objetivos e não ficar só nos limites estabelecidos.
Rogério Marinho acredita que o problema da educação é sério. “Estamos formando gerações de analfabetos funcionais. O Estado não consegue acertar a educação de qualidade. Para resolvermos esse problema, é preciso formar professores e priorizar as quatro séries iniciais do ensino fundamental”, avaliou o deputado.
Dificuldade de aprendizado
→ Ainda há 617 mil jovens de 10 a 14 anos que não sabem ler nem escrever, segundo o Censo 2010 do IBGE. Um em cada quatro brasileiros de 60 anos ou mais (26,6%) também não é alfabetizado.
→ Entre 2000 e 2010, o total de analfabetos caiu 2,3 milhões. Se o país repetir esse desempenho, a meta prometida pelo governo há 11 anos, durante conferência da Unesco, só será alcançada em 2020.
→ Uma das principais dificuldades na redução das taxas é que os piores índices de analfabetismo entre adultos estão concentrados na população idosa, de 60 anos ou mais, que tem grande dificuldade de aprendizado, ainda segundo o “Estadão”.
→ O país precisa alfabetizar 3,5 milhões de adultos para cumprir a meta da ONU.
(Reportagem: Letícia Bogéa/ Fotos: Paula Sholl/ Áudio: Elyvio Blower)
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