Saída precoce
Queda do ministro Luiz Sérgio comprova desastre na articulação política da gestão Dilma, avaliam tucanos
A queda precoce do ministro de Relações Institucionais, Luiz Sérgio, revela as dificuldades de articulação política de Dilma Rousseff com a base aliada no Congresso, na opinião do deputado Antonio Imbassahy (BA). Com a saída de Antonio Palocci da Casa Civil, o petista é o segundo titular da Esplanada a cair em apenas cinco meses de governo. Segundo nota oficial do Palácio do Planalto divulgada sexta-feira (10), ele será substituído pela ministra da Pesca, Ideli Salvatti, e assume a pasta dela.
“A articulação política é um desastre. Luiz Sérgio foi fritado por seus companheiros do PT e de outros partidos. Ele não tem capacidade para ocupar o cargo e quem diz isso é a própria presidente. O apelido dele é garçom por só anotar pedidos”, declarou Imbassahy.
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Os indicados tomarão posse de suas novas funções nesta segunda-feira (13), de acordo com a Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República. Segundo a “Folha Online”, a articulação era, na prática, desempenhada pelo ex-ministro Palocci. Com a substituição dele por Gleisi Hoffmann, cujo perfil é menos político e mais gestor, petistas passaram a fazer forte pressão pela troca nas Relações Institucionais.
Para Imbassahy, a saída de Luiz Sérgio mostra, no mínimo, incapacidade para montar um bom ministério. “O problema não se trata dos titulares, e sim da orientação de Dilma”, condenou.
“Sai Luiz Sérgio, entra Ideli. Sai Ideli, entra Luiz Sérgio. Ambos entendem de pesca e articulação política”, ironizou o líder do PSDB na Câmara, Duarte Nogueira (SP), pelo Twitter.
O líder do PSDB no Senado, Alvaro Dias (PR), criticou a falta de competência do governo federal. Segundo ele, não há como avaliar o desempenho de Luiz Sérgio. “A presidente teve a vantagem de obter nas eleições uma maioria esmagadora no Congresso, mas isso exige habilidade nas relações entre o Executivo e o Legislativo. Nós sabemos que boa parte da base de apoio é fisiológica e exige muito”, ponderou.
Sobre Ideli Salvati, escolhida por Dilma, o senador salientou: “A ministra sempre foi muito leal ao governo. Era uma senadora aguerrida, que provocou debates exacerbados. Agora, eu não conheço a aptidão dela para a articulação política”, comentou o líder.
Crise continua
→ A Secretaria de Relações Institucionais é responsável pela relação do Planalto com os parlamentares.
→ “A crise geralmente serve como freio de arrumação, especialmente num governo que mal começou. Mas toda regra tem exceção. Dilma não está conseguindo frear a crise”, escreveu a colunista da “Folha de S. Paulo” Eliane Cantanhêde.
(Reportagem: Alessandra Galvão com informações da Liderança do PSDB no Senado/ Fotos: Paula Sholl e Cadu Gomes/ Áudio: Elyvio Blower)
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