Tráfico em alta

Marcio Bittar negocia convocação de Eduardo Cardozo para discutir entrada de drogas pela Amazônia

Representando o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, o chefe da Assessoria de Assuntos Parlamentares da pasta, Marcelo de Barros Camargo, esteve na manhã desta quarta-feira (8) com integrantes da Comissão da Amazônia. O objetivo foi debater a convocação do ministro, defendida pelo deputado Marcio Bittar (AC), para discutir a entrada de drogas pelas fronteiras no país, em especial na região Amazônica. O tucano atuou como negociador e acertou que a convocação só será votada, caso o diretor de Combate ao Crime Organizado da Polícia Federal, Oslain Campos Santana, não atenda ao novo convite feito a ele e aprovado  hoje pelo colegiado.

Na reunião de ontem, o representante da PF não compareceu e causou frustração nos membros do colegiado. Em reação, Bittar pediu a vinda do ministro para prestar os esclarecimentos necessários sobre os números oficiais do tráfico de entorpecentes e do crime organizado na região, já que é o superior hierárquico da Polícia Federal. Mas, de acordo com o tucano, com o compromisso firmado pelo Ministério da Justiça de que a PF participará de um novo debate, o ministro só terá que ir ao colegiado caso não se cumpra o que ficou acertado.

Para a nova discussão será convidado ainda o diretor-geral da PF, Leandro Daiello Coimbra, e representantes da Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef). Na ocasião, serão discutidas políticas de segurança para as fronteiras e a entrada de entorpecentes via Amazônia Legal. O que mais vem chamando a atenção, de acordo com Bittar, é o ingresso em território brasileiro do oxi, droga mais danosa para o organismo que a cocaína. Segundo o deputado, a atuação da PF nas regiões fronteiriças é pífia devido à falta de recursos e de pessoal.

“A Amazônia não é vista como uma prioridade, assim como essa questão das drogas que é um problema grave em uma região que tem uma fronteira imensa e pouquíssimos policiais federais, que enfrentam péssimas condições de trabalho. O governo tem que prestar contas”, cobrou Bittar. De acordo com ele, é preciso discutir com a sociedade a questão das drogas no país, saber como elas entram no Brasil e maneiras de coibir o ingresso pelas fronteiras da Amazônia. A reestruturação da Polícia Federal, órgão responsável por essa fiscalização também é essencial, na opinião do deputado.

(Da redação com assessoria/ Foto: Ag. Câmara/Áudio: Elyvio Blower)