Omissão e descaso
Macris lamenta fraco desempenho do Executivo no combate ao consumo de álcool
Problema crônico da sociedade moderna, o consumo de álcool tem incomodado cada vez mais as famílias brasileiras, independente de classe social. Apesar desse cenário, o governo federal não adota nenhuma ação concreta para mudar a triste realidade, afirma o deputado Vanderlei Macris (SP), relator da comissão especial destinada a discutir as causas e consequências do consumo abusivo de bebida.
Em audiência na Câmara, o tucano parabenizou o esforço do coordenador Nacional de Saúde Mental, Álcool e outras Drogas, do Ministério da Saúde, Roberto Tykanori Kinoshita, para atuar no combate e prevenção ao alcoolismo. Para Macris, o trabalho não tem apoio do governo para o qual o coordenador presta serviço.
baixe aqui“O representante deixou claro que ele tem feito esforço grande para atuar na área, mas não tem o respaldo do Executivo. A gente sente o governo retraído nesse processo”, reprovou o deputado durante o debate, que teve a participação ainda da psiquiatra da Unidade de Álcool e Drogas (UNIAD) da Universidade Federal de São Paulo, Ana Cecília Roselli Marques, e do representante da Associação Alcoólicos Anônimos, Maria Luci Porto.
Macris mencionou dados levado pelo médico e escritor Paulo de Abreu Leme, outro participante da audiência. Segundo o especialista, 10% dos brasileiros estão envolvidos numa fase aguda do alcoolismo. Os números reforçam a necessidade de uma política urgente de combate e tratamento ao consumo de bebida, segundo o deputado.
“O Estado não dá conta da demanda. Isso acontece em todas as cidades do país e o governo olha isso com desdém, além de não sugerir boas perspectivas na luta contra o alcoolismo”, condenou. Segundo o parlamentar, o número de jovem mergulhado no mundo do álcool também merece atenção: 6% de crianças e adolescente já experimentaram a substância.
Antes de elaborar o seu parecer, Macris prevê ainda a discussão da causa do aumento do consumo nos últimos cinco anos, o impacto na sociedade, a comercialização do produto, a publicidade e propaganda e as consequências, como violência contra mulher, criança e idoso.
(Reportagem: Gabriel Garcia e Laize Andrade / Foto: Paula Sholl / Áudio: Elyvio Blower)
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