Nações integradas

Plenário da Câmara aprova tratado de criação da Unasul

O plenário da Câmara aprovou hoje o Projeto de Decreto Legislativo que contém o tratado de criação da União de Nações Sul-Americanas (Unasul). O acordo foi firmado em 2008 pelos 12 países da América do Sul: Brasil, Argentina, Colômbia, Guiana, Peru, Uruguai, Bolívia, Chile, Equador, Paraguai, Suriname e Venezuela. O PSDB votou a favor da matéria e destacou a importância da integração das nações, mas fez ressalvas ao texto. Na avaliação dos tucanos, o projeto cria cargos e gera despesas ao Brasil.

“A integração da América do Sul é importante para o país e fortalece o bloco do continente sul-americano, mas há ressalvas a fazer. O Brasil, por ser o país economicamente mais forte, terá que assumir o maior ônus para o funcionamento dessa estrutura. Poderia ter havido uma melhor articulação em defesa de um ônus menos pesado”, afirmou o líder do PSDB na Câmara, Duarte Nogueira (SP).

O financiamento da organização internacional será baseado em cotas diferenciadas por país, em função da sua capacidade econômica. Por isso, o Brasil deverá arcar com a maior parte dos custos, segundo o líder.

“A cada dia o governo manda mais uma forma de criar cargos. Queremos manifestar nossa preocupação com tudo aquilo que vá pesar na máquina do governo, com mais custos que terão que ser ressarcidos, com impostos que vão recair sobre todos os trabalhadores brasileiros”, reprovou o deputado Antonio Carlos Mendes Thame (SP).

O tucano alertou ainda que o projeto cria quatro órgãos permanentes: Conselho de chefes de Estado, Conselho de ministros das Relações Exteriores, Conselho de delegados e Secretaria Geral.

Entre os objetivos da Unasul estão a integração energética e financeira da região, e a redução das assimetrias entre os países. O projeto será analisado pelo Senado.

(Reportagem: Alessandra Galvão/ Foto: Rodolfo Stuckert/Ag. Câmara/Áudio: Elyvio Blower)