Problema de gestão
Baixo investimento revela desprezo do PT pela educação, condena Marchezan
Assim como na área de infraestrutura, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) discorda solenemente do governo federal na área de educação, fonte de renda e riqueza para um país. Essa é a avaliação do deputado Nelson Marchezan Júnior (RS). Em audiência na Câmara, o pesquisador Jorge Abrahão de Castro afirmou que os investimentos em educação são revertidos em melhorias para a economia.
Na contramão, o projeto de lei que trata do novo Plano Nacional de Educação (PNE) prevê investimento de 7% do Produto Interno Bruto (PIB). Entidades de classe e especialistas, por outro lado, defendem a aplicação de 10% do PIB. Hoje, o governo federal destina apenas 5% de toda a riqueza produzida pelo Brasil na área.
baixe aquiPara Marchezan, os valores demonstram o desprezo do PT pela educação. O tucano condena a falta de diagnóstico solicitada pela oposição sobre a primeira versão do plano de educação. O deputado pretende impedir a votação do projeto enquanto o governo não encaminhar ao Congresso o estudo sobre o cenário da educação nós últimos anos.
O parlamentar acredita que o ministro da Educação, Fernando Haddad, não tem esse diagnóstico, por isso, pede pressa para votar o novo plano. “Ele não sabe se faltou dinheiro, gestão, qualificação, se o objetivo estava errado, se a meta era equivocada. Isso é que falta no Plano Nacional de Educação: o diagnóstico dos últimos dez anos”, criticou.
Marchezan reafirma que o principal problema é a falta de gestão. “(O governo) Administra mal. Desvia recursos e se quer sabe gerir para onde está indo o dinheiro. Utilizam muitos recursos em trocas de favores ou investimentos aloprados que servem apenas como uma bandeira ideológica e não efetivamente como uma grande transformação social”, condenou.
Má administração
O governo federal destina 19,7% dos recursos para a educação. Os Estados desembolsam 41,2% e os municípios, 39,1%. Para especialistas, o governo deveria investir imediatamente 10% do PIB na educação e não atingir esse patamar ao longo dos anos como é proposto. A folha de pagamento dos professores consome 80% da receita destinada à educação e o restante vai para outras despesas. Trinta e três milhões de estudantes precisam voltar aos bancos escolares, entre analfabetos e analfabetos funcionais e jovens que não concluíram o ensino médio. A tendência é que tenha uma queda no número de estudantes no Brasil, reduzindo de 82 para 75 milhões.
(Reportagem: Artur Filho / Foto: Paula Sholl / Áudio: Elyvio Blower)
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