Retrocesso

Aumento de desmatamento é reflexo da incompetência do PT, reprovam parlamentares

O aumento do desmatamento na Amazônia é reflexo da incompetência administrativa do governo federal e da fragilidade no controle e fiscalização das florestas. Essa é a avaliação do deputado Ricardo Tripoli (SP) e da senadora Marisa Serrano (MS). Dados do sistema de monitoramento Deter, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), indicam crescimento de 27% no desmate da região entre agosto do ano passado e abril de 2011.

As informações foram reveladas pelo jornal “Folha de S.Paulo”. Os números podem ser maiores, afirma a reportagem. Isso porque o sistema de monitoramento, apesar de rápido, é incapaz de registrar o desmate inteiro. Além disso, o Pará, líder histórico da derrubada, tinha grande parte do território (80%) coberto por nuvens, o que impediu o rastreamento no período.

Ambientalista, Tripoli afirma que falta ação para inibir o desmatamento. “É uma irresponsabilidade o que o governo federal vem fazendo. Isso demonstra a fragilidade da fiscalização nas nossas florestas”, afirma. O tucano ressalta que o Código Florestal, em votação na Câmara, gerou enorme expectativa. “E a omissão do governo fez com que as pessoas mal intencionadas desmatassem numa proporção imensurável”, pontuou.

Para ele, a atual formatação do Código Florestal, relatado pelo comunista Aldo Rebelo (SP), incentivará o desmatamento. Tripoli está preocupado ainda sobre o que será apresentado na Conferência das Nações Unidas sobre Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, em 2012, a Rio + 10, que discutirá o uso de recursos naturais sem ferir o ambiente.

A propaganda do PT sobre o controle do desmatamento se revela uma inverdade, segundo Marisa Serrano. A senadora afirma que o gabinete de crise instalado pelo Ministério do Meio Ambiente é um faz de conta. “Não acredito que eles tenham força para resolver essa questão, principalmente na véspera da votação de um Código Florestal que reúne parlamentares de todos os partidos. Esse gabinete não resolverá a situação”, destacou.

Devastação

Segundo a “Folha de S. Paulo”, mesmo sendo um período de chuvas em março e abril, o desmatamento na região amazônica cresceu 473% em relação a esses meses de 2010. Só Mato Grosso teve, no mínimo, 480 quilômetros de área derrubada. A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, disse não ter elementos para ligar o aumento da derrubada com a tentativa de reformar o Código Florestal. Para o Ibama, a principal hipótese para o crescimento é a expectativa de que os produtores acabarão sendo anistiados pelo texto do Código Florestal.

(Reportagem: Artur Filho / Foto: Eduardo Lacerda / Áudio: Elyvio Blower)