Sem esclarecimento


Deputados reprovam depoimentos das testemunhas de defesa de Jaqueline Roriz

Os depoimentos das testemunhas de defesa de Jaqueline Roriz (PMN-DF) ao Conselho de Ética da Câmara nada acrescentaram ao processo que investiga a deputada, filmada pelo delator do mensalão do Governo do Distrito Federal, Durval Barbosa, recebendo dinheiro. Na opinião do tucano Fernando Francischini (PR), uma apuração aprofundada depende da convocação de pessoas relacionadas ao esquema.  “É democrático o advogado apresentar as testemunhas de beatificação que a gente brinca na legislação penal, quando uma testemunha não tem nada a acrescentar em relação ao fato e vem só pra falar bem da pessoa”, reprovou.

Por ora, nenhum convidado aceitou depor contra Jaqueline. Ex-secretário do Distrito Federal, Durval, apontado como testemunha-chave, rejeitou comparecer ao Conselho de Ética para esclarecer a participação da deputada no escândalo. Francischini defende a ampliação dos poderes do Conselho de Ética, como a prerrogativa de convocar testemunhas e requisitar documentos e dados sobre as quebras de sigilo.

A sexta sessão do Conselho de Ética ouviu duas testemunhas de defesa: Williams Cavalcante de Oliveira e Leonardo de Moura Soares, funcionários do escritório político da deputada. A terceira depoente, Keila Alves Franco, foi dispensada. O empresário Manoel Neto, marido de Jaqueline, filmado ao seu lado recebendo dinheiro, também não compareceu à audiência.

O relator do processo, deputado Carlos Sampaio (SP), reforçou que os depoimentos eram desnecessários, por se tratar de uma questão técnica, referente ao pagamento do condomínio do escritório político da brasiliense com verba indenizatória da Câmara. O relatório, segundo ele, tem elementos suficientes para a emissão de um juízo de valor. “Devemos buscar pessoas que possam de alguma forma, ter algum tipo de prova pericial, documental ou testemunhal, referendar aquilo que foi colocado contra a parlamentar representada”, acentuou.

Caixa de Pandora

Filha do ex-governador Joaquim Roriz (DF), Jaqueline foi flagrada em vídeo recebendo dinheiro do delator. Durval entregou um maço para a deputada, que estava acompanhada do marido, Manoel Neto. A filmagem foi gravada em 2006, quando Jaqueline era candidata a deputada distrital. O esquema veio à luz após a Polícia Federal deflagrar a operação Caixa de Pandora, em 2009, que investiga um suposto esquema de arrecadação e pagamento de propina no DF.

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(Reportagem: Artur Filho / Foto: Eduardo Lacerda e Paula Sholl / Áudio: Elyvio Blower)

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11 maio, 2011 Últimas notícias Sem commentários »

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