Resposta à sociedade

Delegado Waldir solicita CPI para investigar autoridades envolvidas em grupos de extermínio

O deputado Delegado Waldir (GO) sugeriu a instalação de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a participação de autoridades públicas em grupos de extermínio no Brasil. Para viabilizar a proposta, o tucano tem coletado assinaturas de outros parlamentares. Segundo ele, as autoridades – policiais civis e militares, juízes, promotores e políticos – ligadas a assassinatos precisam ser punidas.

“O objetivo é descobrir até que ponto há participação de autoridades políticas nos grupos de extermínio. Precisamos dar uma resposta imediata à sociedade”, destacou. “Queremos poupar vidas e inocentes. O lugar de quem cometeu crime é na cadeia.” Para a comissão de inquérito, são necessárias 175 assinaturas de parlamentares. O tucano cogita uma comissão mista, se houver interesse do Senado.

O deputado cobrou da presidente Dilma Rousseff a liberação de recursos para os Estados. A petista definiu a segurança como prioridade no período eleitoral. Contudo, segundo Waldir, a sociedade vê o contrário da promessa de campanha. “O que nós encontramos é uma verdadeira bagunça. As mortes continuam e a violência está na nossa porta”, lamentou.

Para o deputado João Campos (GO), alterações na lei são necessárias urgentemente. Campos defende atuação firme dos governadores nos Estados. “Os governantes precisam de atitude, não assistir a tudo sem tomar providências. É preciso ajustar a lei e, se possível, indiciar e condenar a partir da omissão dessas autoridades.”

As propostas foram apresentadas pelos tucanos em audiência na Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado. Participou do debate, proposto pelo Delegado Waldir, o secretário nacional de Promoção e Defesa dos Direitos da Pessoa Humana, Ramaís de Castro. Ramaís de Castro afirmou que é preciso extirpar os grupos de extermínio em todo Brasil. Os movimentos estão espalhados pelo Brasil inteiro, mas os mais atuantes encontram-se nos estados de Goiás, Paraíba, Maranhão e Rio de Janeiro.

Operação

Em fevereiro, a Operação Sexto Mandamento da Polícia Federal prendeu 19 policiais em Goiás. Estima-se que os grupos de extermínio tenham matado 100 pessoas no Estado nos últimos 10 anos. Por meio de escuta telefônica autorizada pela Justiça, a PF gravou policiais comemorando com juízes e promotores as execuções. Os grupos agiam em cidades no entorno de Brasília, municípios distantes 40 a 60 quilômetros da capital federal.