Investimentos tímidos

Bruno Araújo considera insuficiente a meta de velocidade do Plano Nacional de Banda Larga

O presidente da Comissão de Ciência e Tecnologia da Câmara, Bruno Araújo (PE), criticou nesta terça-feira (10) a baixa velocidade de internet prevista no Plano Nacional de Banda Larga e considerou tímidos os investimentos propostos pelo governo. O colegiado realizou hoje audiência pública para discutir o projeto a pedido do deputado.

Segundo Araújo, é preocupante o fato de um país que almeja ser a quinta maior economia do mundo querer investir R$ 7 milhões para universalizar o acesso à internet em baixa velocidade. No Brasil, o serviço terá velocidade de 1 Mpbs, enquanto outros países oferecem uma banda larga até 100 vezes mais rápida. “Isso nos incomoda bastante, pois a velocidade da banda larga e a universalização do acesso estão diretamente ligadas à quantidade de investimentos, o que depende também dos aportes públicos”, afirmou.

O deputado destacou que compreende as diferenças entre os países, mas considera pouco o que o governo brasileiro prevê para os próximos dois anos. Nos Estados Unidos, a previsão é de disponibilizar banda larga com velocidade de 100 Mbps, com investimento de R$ 50 bilhões. No Japão, a ideia é levar a internet de alta velocidade para todos a 1 Giga (ou 1.000 Mbps) até 2014.

“E o Brasil aqui comemorando que vai sair de 0,7 para 1 mega. Me parece um investimento muito acanhado dado o tamanho da economia brasileira”, criticou. De acordo com ele, a sociedade vai perceber que o Brasil estará atrasado. “Não tenho dúvida que, uma vez que o serviço chega ao consumidor final com uma velocidade e ele descobre que o mundo navega 100 vezes mais rápido, essa cobrança vem imediatamente”, avisou.

O tucano demonstrou preocupação com a chegada do serviço às escolas públicas de áreas urbanas. O prazo para que o serviço fosse ofertado era 31 de dezembro do ano passado, mas a meta não foi cumprida. De acordo com o superintendente de Universalização da Anatel, José Gonçalves Neto, até o final de 2011, todas as escolas estarão conectadas.

Além do superintendente da Anatel, participaram da reunião o secretário de Telecomunicações do Ministério das Comunicações, Nelson Fujimoto, e o diretor executivo do SindiTelebrasil, Eduardo Levy.