“Estelionato eleitoral”


Discurso antipobreza de Dilma Rousseff tinha objetivo eleitoral, avaliam Azambuja e Paxiuba

Os deputados Reinaldo Azambuja (MS) e Dudimar Paxiuba (PA) condenaram a mudança do discurso da presidente Dilma Rousseff pela erradicação da miséria no país. Durante a campanha eleitoral, a petista falava que trabalharia para “resgatar” da pobreza 19,6 milhões de pessoas. Na última terça-feira (3), esse número caiu para 16,2 milhões – uma diferença 3,4 de milhões de brasileiros. Além disso, antes da eleição, Dilma considerava miserável quem recebia um quarto de salário mínimo ao mês: R$ 136,25 em valores atuais. Depois da posse, ela passou a considerar “extremamente pobres” os que têm renda de zero a R$ 70 por mês.

Na avaliação dos tucanos, o objetivo da então candidata era apenas conseguir votos ao prometer a erradicação da pobreza. Azambuja classificou de “estelionato eleitoral” a diminuição do número de pessoas que serão atendidas pelo programa do governo “Brasil sem Miséria”.  “A presidente eleita mentiu para o povo brasileiro. É um absurdo. Isso mostra que o PT mente para o povo para ganhar a eleição e é uma coisa que nós temos que combater”, reprovou o deputado. “O discurso era para conseguir votos e esse objetivo do governo foi atingido. Na prática, é totalmente o contrário”, declarou Dudimar.

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Segundo o IBGE, 16,27 milhões de brasileiros vivem em situação de extrema pobreza. Isso corresponde a 8,5% da população. Desse total, 4,8 milhões não teriam renda nenhuma. Outros 11,4 milhões teriam entre R$ 1 e R$ 70 por mês. Todo este contingente está fora do Bolsa Família.

De acordo com Azambuja, se o Executivo reduzisse gastos supérfluos seria possível cumprir as promessas de campanha. “Isso mostra que, para ganhar a eleição, vale tudo. Depois que ganha tem que fazer os ajustes porque a gastança não deixa cumprir as metas estabelecidas durante a eleição”, afirmou o parlamentar.

Erradicação ficou na promessa

→ “Miserável é quem tem renda de até um quarto do salário mínimo. (…) Então, a gente tem de buscar eliminar esses 19,6 milhões de miseráveis”, dizia a então presidenciável em junho de 2010.

→ “Nós temos essa missão de eliminar os 19 milhões que vivem com menos de um quarto do salário mínimo per capita. Não eliminar os brasileiros, eliminar a pobreza dos brasileiros”, durante convenção do PRB em junho.

→ “Não acredito que o Brasil será um país rico se houver esses milhões de brasileiros que nós temos abaixo do que nós consideramos a linha de corte da pobreza, que são os R$ 70 per capita”, afirmou em março de 2011, em Portugal.

→ Na terça-feira (3), o Ministério do Desenvolvimento Social (MDS) anunciou oficialmente os R$ 70 per capita como corte para definir os potenciais beneficiários do “Brasil sem Miséria” – totalizando 16,2 milhões de pessoas.

(Reportagem: Alessandra Galvão/Foto: Ag. Câmara/Áudio: Elyvio Blower)

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5 maio, 2011 Últimas notícias Sem commentários »

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