Combate à violência


Jovens são as principais vítimas da falta de políticas públicas para segurança, alertam tucanos

Em audiência pública nesta quinta-feira (5) na Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado, deputados do PSDB demonstraram preocupação com os resultados do Mapa da Violência 2011, elaborado pelo Instituto Sangari. A pesquisa aponta que 73,6% das mortes entre jovens – 15 a 24 anos – são provocadas por homicídio, acidente ou suicídio. O destaque nessa faixa etária fica para os homicídios: 39,7% do total. Diante dessa realidade, os tucanos cobraram do governo federal investimentos no setor e a implantação de uma política nacional para reduzir a criminalidade no país.

Na opinião de João Campos (GO), o governo deveria seguir o exemplo de São Paulo, onde a taxa de homicídios dolosos – com intenção de matar – caiu 19% no primeiro trimestre do ano na comparação com igual período de 2010, de acordo com a Secretaria de Segurança Pública. Isso ocorreu, segundo o tucano, devido a um conjunto de programas e investimentos implementados no Estado. “O governo do PT deveria aproveitar o exemplo e implantar isso no Brasil”, cobrou.

João Campos defendeu a criação do Ministério da Segurança Pública para coordenar uma política nacional efetiva, além de um plano focado nos jovens, já que eles são a maioria das vítimas e autores dos crimes. O tucano acredita que os índices de violência são maiores entre esse segmento pela ausência de políticas específicas.

O parlamentar disse que não é possível desenvolver uma política de segurança sem verbas. “A presidente cortou orçamento na área em mais de R$ 1 bilhão. Como que a população vai acreditar que o governo conseguirá reduzir as taxas de violência se é feito um corte tão alto como esse?”, questionou.

O tucano lembrou que, durante a campanha, a presidente Dilma Rousseff afirmou ter a segurança como prioridade, mas não é isso que se vê. “O governo não tem compromisso com essa área. O cidadão vai continuar desprotegido e a violência aumentando. Isso configura que o governo do PT diz uma coisa e faz outra. É a marca da hipocrisia”, finalizou.

Já o Delegado Waldir (GO) cobrou mais segurança no entorno do Distrito Federal. “O governo deve uma resposta à população de Goiás”, ressaltou. O parlamentar também defendeu a criação de um ministério para a segurança. “Se a presidente disse que a prioridade de governo seria a segurança, então que se crie o ministério para cuidar do setor”, cobrou. O tucano exigiu ainda o combate ao tráfico de drogas.

Só a campanha de desarmamento não é suficiente para a redução da criminalidade, avalia Fernando Francischini (PR). Para o tucano, é preciso, principalmente, de uma política efetiva para o combate à violência, além de uma boa gestão.

Índices de guerra

→ O sociólogo Júlio Jacobo Waiselfisz, diretor de pesquisa do Instituto Sangari, disse que as mortes por homicídios, acidentes e suicídio não passam de 9,9% entre as demais faixas etárias. Segundo ele, a situação entre os jovens é muito grave, mas a violência no país afeta pessoas de todas as idades. “Temos no Brasil 50 mil homicídios por ano, um número muito superior ao verificado nos conflitos bélicos atuais”, observou.

→ Pelo relatório, os estados com maior índice de mortes violentas de jovens são Espírito Santo e Paraná (com 83,2% e 81,8%, respectivamente).

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(Reportagem: Letícia Bogéa/ Fotos: Paula Sholl/ Áudio: Elyvio Blower)

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5 maio, 2011 Últimas notícias Sem commentários »

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