Só no papel
Imbassahy exige implantação de plano de banda larga e questiona reativação da Telebrás
O deputado Antonio Imbassahy (BA) cobrou nesta segunda-feira (25) a execução do Plano Nacional de Banda Larga (PNBL), alardeado pelo governo federal no ano passado, mas que ainda não apresentou resultados. O tucano também questionou a real intenção do Planalto com a reativação da Telebrás, anunciada em 2010 como pontapé inicial para o PNBL. A capitalização da estatal exigiria uma injeção de R$ 5,7 bilhões, sendo R$ 1 bilhão no primeiro ano. Apuração feita pelo jornal “Valor Econômico” revelou que nenhum centavo foi colocado na empresa pelo governo e nenhuma residência recebeu acesso à banda larga.
“Isso significa o fracasso da tentativa, a incompetência que vai se generalizando também nesse setor de comunicações. O governo anuncia inúmeros projetos, mas na verdade nada fez”, criticou Imbassahy. O parlamentar lembrou que o anúncio de reativação da Telebrás foi recebido com insegurança e causou inúmeras reações das empresas de telecomunicações privadas, que temiam um movimento reestatizante com a iniciativa.
baixe aquiApós o governo anunciar que ressuscitaria a estatal, as ações da empresa passaram a ter uma supervalorização e a imprensa noticiou que o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu seria o grande beneficiário da empreitada. “Ficamos agora a considerar se foi uma ação de especulação ou de boa intenção ao anunciar o fortalecimento da Telebrás para depois nada acontecer”, ponderou o deputado.
Imbassahy lembra que o PSDB revolucionou o setor de comunicações durante o governo Fernando Henrique Cardoso, que promoveu o acesso à telefonia celular. A inclusão digital, com a banda larga, é, segundo ele, a etapa posterior, mas que não teve a devida atenção no governo Lula e não tem sido diferente no governo Dilma. “O que vemos são as coisas se arrastando, planos que se sucedem, anúncios de projetos que não são concretizados e um governo que fala, fala muito e nada faz”, lamentou o parlamentar, ao destacar que a oposição continuará cobrando, já que a execução do PNBL resultará em benefícios diretos aos cidadãos brasileiros.
Dilma dá continuidade à morosidade e falta de investimentos
-> Em 12 meses, a nova Telebrás sofreu um completo esvaziamento financeiro. Pelo projeto inicial, previa-se que a capitalização dela exigiria injeção de R$ 5,7 bilhões. Dos cofres do Tesouro sairiam, nos primeiros dois anos de operação, nada menos que RS 3,2 bilhões. Os demais R$ 2,5 bilhões para investimento viriam da própria geração de caixa da empresa, ao longo de dez anos. Nada disso ocorreu.
-> O jornal “Valor Econômico” apurou que o governo não colocou nenhum centavo na Telebrás. No ano passado, a previsão inicial era investir R$ 1 bilhão na empresa. O valor caiu para R$ 600 milhões. Na última semana de 2010, a estatal conseguiu empenhar R$ 316 milhões, mas o acesso ao dinheiro depende de autorização do Tesouro, o que ainda não ocorreu.
-> O plano original previa R$ 1,5 bilhão em investimentos, mas foi reduzido para R$ 400 milhões. Uma segunda ceifada diminuiu o recurso para R$ 216 milhões. Em seguida, veio o corte de orçamento do governo, que autorizou liberação de apenas R$ 50 milhões para a Telebrás. Apesar do valor ser 3% do gasto previsto um ano atrás, esse recurso também não entrou nas contas da estatal.
(Reportagem: Djan Moreno/ Foto: Brizza Cavalcante/Ag. Câmara/ Áudio: Elyvio Blower)
Deixe uma resposta