“Trem bomba”
Azambuja lamenta diferenças no trato com o trem-bala e as ferrovias de MS
Depois da votação no Senado, o alerta feito pelo vice-líder do PSDB na Câmara Reinaldo Azambuja (MS) ganhou eco: o investimento no trem-bala vem no momento errado e pode gerar grandes prejuízos aos cofres públicos caso não dê certo.
Reforçando a teoria que Azambuja defendeu quando votou contra o projeto que autorizou financiamento de até R$ 20 bilhões do BNDES para a construção do Trem de Alta Velocidade (TAV), os senadores Flexa Ribeiro (PA) e Aloysio Nunes Ferreira (SP) fizeram as contas sobre quantas rodovias, ferrovias e portos poderiam ser recuperados ou construídos com o dinheiro. O custo do trem-bala em relação ao trem convencional é 33 vezes maior.
Nessa quinta-feira (14), Azambuja viu o debate tomar corpo no Senado. “Não se pode aprovar um projeto dessa natureza, que envolve um valor tão alto, quando a população enfrenta problemas graves, por exemplo, com o transporte coletivo, em todo o país”, lembrou. Até a sugestão de que seja substituído o nome de ‘trem-bala’ para ‘trem bomba’ o senador Flexa Ribeiro chegou a fazer, ao afirmar que a conta irá explodir no colo dos brasileiros e o projeto não pode prosseguir sem o devido debate.
Azambuja aproveitou a discussão para lembrar que, diferente do trem-bala, o projeto que prevê a construção de duas importantes ferrovias que cortarão o Mato Grosso do Sul está há muito tempo sendo discutido e estudado, mas ainda não tem data para sair do papel. “Ferrovia em Mato Grosso do Sul é sinônimo de redenção para nossa economia. Isso não conta?”, questionou o deputado, lembrando o elevado custo que se tem com o escoamento da safra por conta das péssimas condições das estradas e alto preço do frete.
A compatibilidade da logística com as necessidades do projeto colocam em dúvida sua funcionalidade e tornam a discussão ainda mais ampla quando se questiona qual é o plano do governo federal caso o projeto não dê certo. “Trinta e cinco bilhões em saneamento, por exemplo, ajudariam a mudar o cenário de muitos municípios”, argumentou o parlamentar. Até que as obras tenham início, Azambuja espera que o tema seja repensado pelo governo federal e que este se sensibilize com questões mais urgentes.
(Da Assessoria de Imprensa do deputado/Foto: Saulo Cruz/Ag. Câmara)
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