Balanço
Promessas de campanha de Dilma se revelaram uma farsa, critica Alvaro Dias
Em pronunciamento no plenário, o líder do PSDB no Senado, Alvaro Dias (PR), definiu a administração da presidente Dilma Rousseff de “surrealista”, ao fazer um balanço dos cem primeiros dias do novo governo. Segundo ele, montou-se um cenário ficcional na campanha eleitoral, revelando-se agora a existência de uma farsa. “É preciso escrever a história com os números da realidade. Não podemos admitir que a versão propagada dos primeiros cem dias de governo seja a da ficção. Existem dificuldades a serem superadas com a eficiência de gestão que faltou nesse começo”, declarou.
Na opinião do senador, o governo petista “falece de vida própria”. E completou: “A estrutura do seu ministério opaco é a consagração do continuísmo, em que a competência não é ponto forte.” Dias destacou a incapacidade da presidente de formular, nos primeiros 100 dias, um projeto focado no desenvolvimento.
Em determinado momento do discurso, o senador afirmou que a petista é herdeira dos erros do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Por esse motivo, segundo o líder, Dilma não tem condições de enfrentar com transparência a verdadeira herança maldita: o descontrole dos gastos públicos. “Em vez dos comícios públicos diários, da inauguração de obras inacabadas, de lançamento de projetos ilusórios, o seu governo vem cultivando o mutismo, não por respeito à liturgia presidencial, mas para evitar confronto com o antecessor”, criticou.
Governo petista completa cem dias sem ter o que comemorar, avalia ITV
Dias lembrou que a presidente permaneceu longo período enclausurada. Rompeu o silêncio apenas com a degradação das contas do governo, para anunciar o corte no Orçamento superior a R$ 50 bilhões. Outra meta ficcional anunciada pelo Planalto é a austeridade fiscal, avalia o tucano. O descontrole dos gastos públicos, garante, reforça a falta de consistência das medidas adotadas e propagadas pela gestão petista. Ele mencionou, para ilustrar a incoerência, o aumento de 30% das despesas com diárias e passagens no primeiro trimestre do ano, numa comparação com igual período de 2010.
O senador criticou ainda números do programa habitacional “Minha Casa, Minha Vida”. Incluído no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), o projeto perdeu R$ 5,1 bilhões dos R$ 12,7 disponíveis para 2011. E Dilma prometera preservá-lo de cortes. “O programa, uma das prioridades do governo, acumula fracassos seguidos. Por falta de recursos, nenhum projeto dirigido para famílias que recebem até três salários mínimos foi assinado com a Caixa Econômica Federal este ano”, condenou.
Entre outros pontos, ele reprovou a suspensão dos concursos públicos, o aumento dos gastos com cartões corporativos nos primeiros meses do ano, a intervenção do governo na Vale, segunda maior mineradora do mundo, e a falta de fiscalização e transparência na aplicação e transferência de recursos federais nas áreas de saúde e educação.
Na semana passada, o líder tucano na Câmara, Duarte Nogueira (SP), já havia avaliado os primeiros dias da gestão Dilma. O desequilíbrio das contas públicas, a paralisia dos investimentos no país na administração da petista e o descontrole da inflação, que penaliza a população mais pobre, foram assuntos destacados pelo deputado.
“Nesses primeiros 100 dias, (o governo) já cortou R$ 50,6 bilhões do Orçamento da União, suspendeu os concursos públicos, congelou as convocações já aprovadas e passou o facão em emendas do Legislativo, tirando recursos de creches, hospitais, da construção de unidades básicas de saúde, inclusive recursos da Associação de Pais e Amigos de Excepcionais (Apaes). São promessas feitas na campanha política e, mais uma vez, descumpridas pelo governo”, sentenciou.
Na opinião de Nogueira, as medidas adotadas até agora contrariam o discurso de estabilidade da economia. Como prova, destaca-se o aumento dos preços dos produtos de alimentação, que pesa especialmente no bolso dos menos favorecidos. “E o discurso de estabilidade continua, como se nada estivesse fora do lugar”, criticou.
O deputado pontuou que os investimentos estão paralisados no governo atual, que tem se limitado a pagar as contas deixadas pelo ex-presidente Lula. Nogueira citou levantamento da Assessoria Técnica da Liderança do PSDB, segundo o qual dos R$ 63,9 bilhões reservados para investimentos até o final do mês de março, o governo tinha empenhado apenas R$ 3,9 bilhões e pago efetivamente R$ 306 milhões, total de 0,3% do orçamento para investimentos.
(Reportagem: Alessandra Galvão/ Fotos: Moreira Mariz/Agência Senado / Brizza Cavalcante/Agência Câmara/Áudio: Elyvio Blower)
O problema não é ser oposição aos erros!
A mídia faz melhor…
O PSDB,meu partido, que defendia o Parlamentarismo e a Identificação com as ruas não tem mais um discurso diferencial e nem propostas integradoras.
Passamos a defender nomes de candidatos, comparação de candidatos, porém faltam idéias e ideais características…
Parabéns, Senado Álvar Dias,
disse tudo o que eu queria ouvir.
Muito obrigada, pela suas palavras.
Continue sendo sempre assim.
Defendendo os nossos direitos.