Segurança nas usinas


A pedido de Tripoli, Câmara vai discutir uso da energia nuclear no país

A Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Câmara realizará audiência pública para discutir o uso de energia nuclear. O debate, marcado para a próxima terça-feira (12), a partir das 14h, foi proposto pelo deputado Ricardo Tripoli (SP). Ele argumenta que, em razão da catástrofe ocorrida no Japão, é necessário debater, além da utilização e pesquisa em energia nuclear, as demais fontes de energia disponíveis e compatíveis com as condições ambientais do Brasil.

No requerimento aprovado, Tripoli ressalta que já há um cronograma do Ministério de Minas e Energia para a construção de mais quatro usinas nucleares no país. Ele lembra que essas novas unidades devem entrar em operação nos próximos 19 anos. Segundo o parlamentar paulista, por mais bem preparado que esteja um país e por melhor orientada que seja sua população, é limitada a capacidade humana para conter os efeitos dos desastres naturais e nucleares.

“O acidente de Fukushima, que pode se repetir em outras centrais nucleares pelo mundo, provoca dúvidas sobre o nível de segurança das usinas nucleares e estimula o debate sobre a necessidade de se usar esse tipo de energia”, afirma o deputado, que defende maiores investimentos em fontes alternativas, como a eólica e a solar.

No requerimento, o deputado sugere que sejam convidados para o debate representantes da Comissão Nacional de Energia Nuclear; da Secretaria Nacional de Defesa Civil; da Eletrobras Furnas; do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama); o professor Luiz Pinguelli Rosa; o consultor ambiental e ex-deputado Fabio Feldmann; o professor Marcio  Cammarosano, chefe do Departamento de Direito Público da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo e Ricardo Baitelo, coordenador da campanha de energia do Greenpeace Brasil.

Na 53ª Legislatura, Tripoli já havia demonstrado preocupação com a retomada das atividades nucleares no Brasil. Ele foi o autor de diversos requerimentos de informação endereçados aos Ministérios de Minas e Energia e de Meio Ambiente que solicitavam esclarecimentos acerca da retomada da construção da usina nuclear de Angra 3, no Rio de Janeiro e de seu processo de licenciamento ambiental.

(Da Assessoria de Imprensa do deputado/Foto: Eduardo Lacerda)

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8 abril, 2011 Últimas notícias 1 Commentário »

Uma resposta para “Segurança nas usinas”

  1. Sizuo Matsuoka disse:

    O Brasil, um imenso país tropical, tem possibilidade de produzir muita biomassa para fins energéticos, não necessitando de energia nuclear. E a bioenergia pode ser produzida junto aos locais de demanda, não requerendo o custoso sistema de transmissão a longa distância, além de gerar riqueza no vasto interior brasileiro, indiretamente gerando ganho com a não emigração para os grandes centros e todas as suas nefastas consequências.Veja-se a riqueza que o agronegócio tem propiciado a todo o interior brasileiro. A bioenergia pode fazer o mesmo. Aliás, temos um projeto de uma nova planta de eficiência sem igual na captação solar e produção de biomassa que pode ser utilizada em termelétricas ou em qualquer outra finalidade energética, inclusive para o etanol de segunda geração (quando essa tecnologia se tornar viável).

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