Discussão oportuna


Em seminário, PSDB avança no debate sobre reforma política e caminha para consolidar posição

Em parceria com o Instituto Teotônio Vilela (ITV), o PSDB promoveu nesta quinta-feira (7) seminário para debater a reforma política. Deputados, senadores, o ex-governador de São Paulo José Serra e cientistas políticos se manifestaram em relação à necessidade de mudanças no atual sistema eleitoral, providência considerada vital pelos participantes para o aperfeiçoamento da democracia.

O PSDB pretende reunir sua Executiva Nacional nas próximas semanas para consolidar um posicionamento sobre os principais pontos da reforma, que está sendo discutida por comissões especiais na Câmara e no Senado.  Adoção do voto distrital, cláusula de barreira, fidelidade partidária e o fim das coligações proporcionais foram alguns dos aspectos defendidos pela maioria dos tucanos.

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O presidente nacional do partido, deputado Sérgio Guerra (PE), considerou a reunião “extremamente oportuna” para nortear as bancadas tucanas quanto às bandeiras a serem levantadas. De acordo com Guerra, a reunião da Executiva  ocorrerá após os trabalhos da comissão especial do Senado, onde as discussões estão na reta final. “Logo após apresentaremos nossa posição unificada. A sociedade precisa saber qual o nosso posicionamento”, destacou.

O líder tucano na Câmara, deputado Duarte Nogueira (SP), enumerou cinco pontos que considera fundamentais na conciliação das ideias em torno das mudanças no processo eleitoral. São eles: fim das coligações partidárias para acabar com as chamadas “legendas de aluguel”; defesa da fidelidade partidária; da cláusula de barreira; definição sobre o financiamento de campanha e de um sistema eleitoral que aproxime o eleitor de seu representante, como no modelo distrital misto. Para ele, o partido não pode permitir que seja imposta a vontade do atual governo em relação a um tema que diz respeito ao interesse nacional e ao das próximas gerações.

Já o líder da bancada no Senado, Alvaro Dias (PR), disse que o partido tem cumprido seu papel ao buscar a concordância de todos em torno de uma proposta que seja a melhor para o país. Segundo ele, o PSDB não será responsável pelo ônus de um eventual insucesso quanto ao debate acerca da reforma. “Que fique claro: não somos sócios de um possível fracasso da reforma. A discussão que a nossa legenda promove é importante para ajudar na promoção de uma nova cultura partidária”, destacou o tucano, ao ressaltar que a “reforma só irá acontecer se a presidente Dilma tiver vontade de fazê-la”.

Em sua intervenção, Serra defendeu a adoção do voto distrital misto em eleições de deputados estaduais e federais e o distrital puro para eleição de vereadores em municípios com mais de 200 mil eleitores. Neste último caso, o tucano propõe que o partido lute pela sua aplicação já nas eleições de 2012, mesma opinião dos senadores Aécio Neves (MG) e Aloysio Nunes Ferreira (SP), que inclusive apresentou projeto com essa finalidade. Para Serra, a população se acostumará rapidamente com o voto distrital. Entre as vantagens deste modelo, estão o barateamento das campanhas e a maior aproximação entre eleitores e eleitos. Segundo ele, essa proposta é boa não apenas para o PSDB, mas também para o Brasil.

Os palestrantes Eduardo Graeff, cientista político, e André Regis, representante do ITV, destacaram vantagens e desvantagens de sistemas eleitorais  em discussão e defenderam uma mobilização nacional do partido em prol da proposta que for fechada pelos tucanos. O presidente do PSDB-SP, deputado Antonio Carlos Mendes Thame (SP), apontou as falhas do atual sistema, como a distância entre parlamentares e sociedade, e afirmou que os problemas podem ser agravados caso sejam acatadas mudanças hoje defendidas pelo PT, como o voto em lista fechada. O tucano defende o sistema de voto distrital proporcional.

(Reportagem: Djan Moreno/ Foto: Paula Sholl/ Áudio: Elyvio Blower)

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7 abril, 2011 Últimas notícias 12 Commentários »

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